27 de dezembro de 2025

Rincon Sapiência faz show em evento de representatividade


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Rapper Rincon Sapiência estará em Franca neste sábado

O Baile Black Power, organizado pelo Shake Shake Shake, traz diversas atividades de entretenimento como shows, apresentações, música, dança e até mesmo oficinas e sorteios. O evento acontece neste sábado, dia 24, no Aula Vaga - na rua Doutor Pedro de Toledo, 1111, no Parque Universitário.

A atração principal do evento é o show do rapper Rincon Sapiência, também conhecido como Manicongo. O músico já participou do programa Manos e Minas da TV Cultura, junto com o Projota e MC Rashid no ano de 2009.

Além do show, durante o dia acontecerá várias atividades culturais.

A partir das 16h até as 21h, neste período as oficinas são gratuitas no Aula Vaga. Há na programação grafite, breaking, dança de rua, oficinas de turbantes e de bonecas Abayomi, entre outras. Durante a tarde também haverá atividades artísticas como intervenções de palhaços, exposição de desenhos de artistas negros e a exposição fotográfica com a fotógrafa Mari Rosa, de Ribeirão Preto, que teve o trabalho publicado na 'Trip' e na 'Vogue'.

As atrações no período da tarde também contam com estúdio de tatuagem, body piercing, e barbearia. Para entreter o ambiente durante as atividades, o espaço terá Mcs, Djs, projeções e exibição de documentários.

Vale lembrar que neste período todas as atividades são gratuitas e encerram às 21h. Depois deste momento, a partir das 22h, o local abre a bilheteria para o 'Baile Black Power'.

Os ingressos do baile podem ser adquiridos no Oka Bambo – Centro, Açaí Raiz - Paulo XXI, Elienai Tatto – Leporace, Aula Vaga – UNIFRAN, Bunitus Dog - Av. Champagnat, Zimmer - Av. Major Nicácio, 2194 – Centro, 775 – Shopping. O primeiro lote custa R$ 20 e o último lote tem o valor de R$ 25. Na portaria os ingressos são limitados e pode haver alteração no valor.

No baile, o coletivo Paz e Dub realizará a abertura do show de Rincon Sapiência. Na sequência a atração fica por conta de Yuri Franco, Pamela Francisco e Jhenifer Francisco fecham a noite.

A organizadora do evento e responsável pelo Shake Shake Shake, Eliara Alves, conta que tinha grande vontade de trazer o rapper para Franca desde quando escutou sua obra. Em 2015, Eliara participou e representou Franca na Semana Internacional da Música (SIM), que é o maior encontro de Produtores de Artistas da América Latina. No local, encontrou com Mariana Bergel, da Produtora Bóia Fria, e mencionou o interesse em trazer o músico para a cidade. “Quando eu ouvi Rincon pela primeira vez, não teve como não me identificar musicalmente e com os ritmos. Pensei 'isto é Africa, 100% África e 100% Brasil', e ai tive a vontade de trazer o artista pra nossa cidade”, explica Eliara.

Eliara está há 15 anos no ramo do entretenimento francano e reconhece que a cidade tem forte influência sertaneja. “Temos a cultura muito forte do sertanejo que também vejo como espaço de resistência. A maioria dos sertanejos vieram da roça ou de muitas dificuldades mesmo e eu respeito, mas eu fortaleço uma cena que precisa todos os dias ser fortalecida, que são os espaços, principalmente os de fala. Este evento tem espaço 100% 'pras minas', estamos colocando mulher em tudo, mesmo porque é uma que está produzindo”, afirma.

O baile além de um local de entretenimento e diversão, Eliara completa dizendo que também é um local para conquistar representatividade. “Rincon pra mim é um preto que tem representatividade, empoderado, as letras são incríveis e não tem como não se identificar. Ele em Franca nos fortalece, a presença dele irá nos fortalecer”, finaliza.

Já os próximos eventos da Shake Shake Shake estão em produção e está previsto a presença da artista Flora Matos. Sem data definida, Eliara explica que muitos pedem vários artistas, como Karol Conka, Linn da Quebrada e Jaloo, mas é demorado e complicado atender rapidamente todos os pedidos. No ano passado a Shake Shake Shake trouxe Emicida, Rael, Liniker, As Bahias e a Cozinha Mineira e Criolo.“Há dificuldades em realizar eventos como estes, muito difícil porque existe uma resistência das pessoas, muito difícil você ter apoios e patrocínios. Não entendo porque não fortalecem quando é na nossa cidade, porque tudo que 'tá' aí acontecendo eu já fiz em Franca e até hoje tentamos pagar a conta”.