Uma universidade foi processada por errar o resultado de um exame de DNA. Pai e filho, acreditando não terem parentesco, ficaram por 10 anos afastados.
Segundo o site G1, o filho tinha 10 anos na época em que foi realizado um exame de DNA por um laboratório na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O resultado deu negativo para a paternidade do suposto pai. “O resultado veio que 99,9% excluía ele como pai. O que eu ia fazer se aquele era o único pai que eu tinha para apresentar para o meu filho? Uma criança com 10 anos, o que eu ia dizer pra ele? ‘Ó, desculpa filho, a Justiça errou’. Eu não tinha como”, lamentou a mãe do rapaz.
Todos os envolvidos na história são de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e preferem manter anonimato. O erro no resultado do exame só foi descoberto agora, 10 anos depois, quando o homem apontado como pai do garoto encontrou o suposto filho em um supermercado e percebeu semelhanças físicas entre ele e o rapaz.
Um novo exame de DNA foi realizado, desta vez em um laboratório particular, que comprovou a paternidade. “Pra mim, foi um alívio. Tirou um peso das minhas costas. Eu passei dez anos como errada, como mentirosa e tantas outras coisas”, contou a mãe do rapaz.
Após a descoberta de que o exame anterior estava errado, os envolvidos processaram a UFRGS. Na última semana, a universidade foi condenada a pagar R$ 26 mil ao pai do garoto. O advogado de mãe e filho conta que ainda segue o processo feito por ambos, contra a universidade.
O rapaz lamentou ter passado a infância e adolescência sem o apoio do pai. “Senti bastante falta. O relacionamento de pai eu não sei te dizer qual é. Não sei dizer qual é esse sentimento. Acredito que, quando tiver um filho, eu vou passar isso pra ele”, afirmou o rapaz.
Procurada, a UFRGS alegou que se manifestará por meio de nota da Procuradoria Regional Federal.