21 de dezembro de 2025

Filme com sexo explícito em tecnologia 3D é recusado por redes de cinema no Brasil


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Imagem de divulgação do filme 'Love'

A distribuidora Imovision tem como aposta do ano o filme Love do argentino Gaspar Noé com estreia nesta quinta-feira, dia 10. A atração, porém, estará em bem menos salas do que o esperado.

O filme contará com as lembranças de um pai de família (Karl Glusman) a respeito de um romance que viveu com Electra (Aomi Muyock). A recordação terá início assim que a mãe dela contar que a jovem está desaparecida. O filme tem cenas de sexo explícito, inclusive com relações a três, além de contar com a tecnologia 3D. Uma das cenas será uma ejaculação na direção da plateia. Devido ao conteúdo adulto, a classificação do filme no Brasil é de 18 anos, o que fez muitos cinemas se recusarem a exibir a produção.

"No Brasil, já é complicado para filmes independentes estrearem em circuito multiplex. Esse filme junta cultura e entretenimento, considerando sexo como entretenimento. O fato é que, numa primeira etapa, todos os exibidores grandes adoraram a ideia de exibi-lo e, depois, a maioria recuou", lamentou o fundador da Imovision, Jean-Thomas Bernardini ao site G1.

A rede Cinemark foi uma das que recusou o filme, enquanto que Cinépolis aceitou, restringindo a quantidade de salas em que Love será exibido. "Tudo o que é um pouco diferente aqui a gente sofre. O sistema de exibidores no Brasil é pra lá de conservador. Se fosse possível classificar como 30 anos, teriam colocado. Se não quer exibir, não quer, paciência", contou Bernardini.

O gerente de programação da Cinépolis do Brasil, Eduardo Chang, explicou que terá apenas uma sessão em São Paulo, exibida após as 22h. "É um conteúdo com sexo explícito e não faz sentido o filme ter sessões regulares", justificou Chang. A rede Cinemark negou que tivesse recusado exibir o filme por conta do conteúdo adulto. De acordo com a empresa, eles levam em conta as preferências do público na escolha do material a ser exibido.

"Se os exibidores deixassem de colocar o mesmo filme em seis salas diferentes e deixassem que o público tivesse a oportunidade de ver outro tipo de filme, a Imovision teria muito mais faturamento", reclamou Bernardini. "Não é um filme pornô. É um filme de amor com muito sexo. É um filme de qualidade e pode entrar em qualquer horário. Não quero que tenha censura. Cada exibidor deveria colocar uma parcela de filmes de qualidade para o público, não só os que dão milhões de dólares, e isso ajudará também na formação de cinéfilos", argumentou o fundador da Imovision.