Epidemologistas do mundo todo estimam que cerca de 80% das doenças mais comuns estão ligadas direta ou indiretamente ao excesso de peso, à obesidade e ao sedentarismo. Tais problemas acarretam alterações hormonais que hoje são consideradas as grandes responsáveis por levar o desenvolvimento de câncer, diabetes, hipertensão e outros problemas.
Mas, afinal, qual será a influência da obesidade e do sedentarismo sobre os hormônios produzidos no tecido adiposo? Esta foi a pergunta que levou a um estudo do National Center for Tumor Diseases (NCT), em Heidelberg, na Alemanha.
Para a realização da pesquisa, 439 mulheres na pós-menopausa foram divididas em 3 grupos durante um ano. Ao primeiro grupo foi ministrada uma dieta equilibrada, já ao segundo, a prática regular de exercícios, e ao terceiro, tanto a dieta quanto os exercícios foram ministrados de maneira irregular.
Dois dos hormônios que causam impacto no metabolismo mostram alteração significativa, a adiponectina, que potencializa o efeito da insulina, e a leptina, que pode promover o crescimento de tecidos cancerígenos.
Epidemologistas do mundo todo estimam que cerca de 80% das doenças mais comuns estão ligadas direta ou indiretamente ao excesso de peso, à obesidade e ao sedentarismo. Tais problemas acarretam alterações hormonais que hoje são consideradas as grandes responsáveis por levar o desenvolvimento de câncer, diabetes, hipertensão e outros problemas.
Hormônios também estão por trás da dificuldade de emagrecer
A produção hormonal também afeta o nosso metabolismo, a sensação de fome e de saciedade. Confira a seguir detalhes sobre homônios ligados a estes fatores:
Leptina: este é um hormônio que inibe o apetite. Ele é produzido no tecido adiposo e é constantemente liberado no organismo, mas não tem nenhuma relação com a ingestão de alimentos. Em pessoas com problemas de obesidade, o hormônio não consegue exercer seu papel. Embora pessoas com esta condição produzam mais leptina, não efeito satisfatório no organismo, o que faz com que o paciente esteja sempre com fome.
Insulina: seu papel é diminuir o apetite e baixar a glicemia, ou seja, retirar o açúcar do sangue. Mas a função deste hormônio, produzido no pâncreas, pode ser debilitada se o paciente tiver dieta desregrada. O aumento da oferta de glicose no sangue estimula a produção de insulina, entretanto, a obesidade faz com que o organismo desenvolva resistência à ação desse hormônio.
CCK: o hormônio colecistoquinina (CKK), que é produzido no estômago, é responsável pela sensação de saciedade. É ele que sinaliza ao cérebro que você está satisfeito. Sua liberação acontece pouco tempo depois que você começa a comer. Mas, ao mesmo tempo em que é produzido, é destruído, fazendo com que depois de certo tempo, você volte a sentir fome.
Grelina: a grelina é um hormônio que estimula o apetite, ou seja, quanto maior o tempo de jejum, maior a produção desse hormônio. Sua produção diminui assim que você começa uma refeição. A obesidade é responsável pela produção exagerada dessa substância, o que faz com que a pessoa acima do peso esteja sempre com fome. O hormônio é diretamente afetado pela realização da cirurgia bariátrica, procedimento que retira o fundo gástrico - parte responsável pela produção de grelina – diminuindo a fome e o desejo de comer.
Tiroxina: hormônio produzido na tireoide, a tiroxina atua no nosso metabolismo. É ela a substância responsável pelo ritmo do gasto energético. O equilíbrio desta substância no organismo é fundamental, porque a falta (hipotireoidismo) ou o excesso (hipertireoidismo) podem trazer complicações, como insuficiência cardíaca ou infarto.
GLP1: o Glucagon-like peptide-1 ou GLP1 pode soar como um hormônio completamente novo, mas você provavelmente o conhece graças ao medicamento Victoza. Ele é receitado para pessoas que querem emagrecer, pois - produzido no final do intestino - é responsável pela sensação de saciedade. Ele é naturalmente liberado no organismo 20 minutos depois do início da refeição o que explica porque quem come rápido acaba também comendo mais do que o necessário, pois a sensação de saciedade vem com atraso de 20 minutos.
Endorfina: é responsável pela sensação de bem-estar e sua produção é estimulada principalmente pela ingestão carboidratos, Esse hormônio explica porque muitas pessoas ficam tentadas a comer quando estão deprimidas. O desejo de comer doces, por exemplo, acontece porque esse tipo de alimento é absorvido rapidamente pelo organismo, dando a sensação de bem-estar.