Ambrosina Machado, carioca, conheceu José Carvalho Rosa quando ele estudou Direito no Rio de Janeiro, onde se casaram. Dois filhos: Oscar e José Carlos que se tornariam, ambos, promotores. Dele são conhecidas - e ainda permanecem no anedotário jurídico francano - as respostas prontas e inteligentes, o espírito vivo, o profundo e preciso conhecimento da Língua Portuguesa. Contam, ele era o rei da ironia e do raciocínio rápido e desconcertante. Dela, Ambrosina, pianista formada no Conservatório Nacional do Rio, sabe-se que foi professora de piano rigorosa, brava, exigente e extremamente perfeccionista. Elegante e chique, suas alunas se lembram dela usando tailleur, meias de seda e sapato de saltos altos para dar aulas. Poucas pessoas sabem que Ambrosina tinha muitas prendas e predicados. Que, amadora, costurava tão bem a ponto de dar aulas de corte e costura para profissionais e jovens casadoiras da sociedade francana dos anos 40 e 50. Tampouco sabem das suas excelentes habilidades culinárias. Após as audições de piano das alunas, promovidas na casa da Praça 9 de Julho onde morava, oferecia aos presentes tortas, bolos, doces feitos por ela e mostrava potinhos de geléias armazenados com delicadeza e capricho nas prateleiras da copa da casa. A foto é de 1930. Esse sorriso de Ambrosina e Carvalho Rosa é o sorriso que traduz esperança, alegria e amor dos nubentes: o mesmo que todos os noivos, de todos os tempos, exibem e exibirão no preciso momento de felicidade durante a clássica foto. E é aquele que, com empenho, resiliência, tolerância e pertinácia, pode se prolongar pelo curto tempo que chamam de eternidade. (Foto e informações fornecidas por Regina Conrado) (Lúcia H. M. Brigagão)