21 de dezembro de 2025

Chineses descobrem o potencial de Franca e abrem lojas no Centro


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O casal de chineses Lin Yanhe e Peng Baijun na loja que montaram no calçadão da rua Voluntários da Franca, no Centro da cidade, onde vende bijuterias

Os olhos puxados e os cabelos lisos e pretos, misturados a um idioma praticamente impossível de se traduzir, são as principais características de um grupo de comerciantes que tem chamado a atenção dos consumidores no Centro de Franca. Eles são chineses e estão presentes em pelo menos cinco lojas que vendem de bijuterias, objetos de decoração, brinquedos, aparelhos eletrônicos e até salgados.

São comerciantes natos. A maioria está em Franca há menos de dois anos, tem comércio na capital São Paulo e veio para a cidade atraída pela oportunidade de negócios. Segundo eles, “em Franca o setor comercial ainda não é explorado” e a população é bastante receptiva.

A família de Zhen Yzwen, 28, mais conhecido como Muki, chegou na cidade em 2007 e comanda uma lanchonete, que há nove meses ocupa um novo endereço na rua Voluntários da Franca próximo da agência do INSS. “O Muki veio primeiro com o pai e a mãe e mais recentemente vieram um casal de tios e um primo. Apesar de serem todos da China, eles só conheceram os outros comerciantes chineses aqui. Não são parentes e a amizade é recente”, disse a funcionária Sirlene Rizziere, que diz já ter facilidade de dialogar com os patrões. Segundo ela, o fato de todas as lojas serem próximas, no mesmo quadrilátero, e o perfil oriental destacam mais a presença deles no setor comercial.

No meio de um apinhado de colares, pulseiras, brincos e acessórios dos mais diversos materiais, em pleno calçadão, o casal Peng Baijun e Lin Yanhe ao lado de outros três parentes é quem recebe os clientes. O dialeto é uma mistura de mandarim (língua oficial) com português, que exige extrema atenção para ser entendido, mas que se torna indecifrável quando falado entre eles. A jovem Xiu Ling, 19, está há dois anos no Brasil, sendo seis meses em Franca. Ela veio a convite da prima e tem gostado da cidade e da movimentação do Centro, embora ache que poderia ser melhor. “Meus pais ainda moram na China, vim para trabalhar, para ter oportunidade”, disse com ajuda de uma funcionária, que em razão da dificuldade do nome a chama de Rosana - um apelido.

Embora muitas vezes pareçam arredios, eles estão ganhando a simpatia dos clientes que ficam curiosos em saber de onde vieram e qual língua falam. “É uma nacionalidade que antes a gente não via em Franca, além disso a loja é diferente, tem bastante variedade”, disse o sapateiro Luís Cláudio dos Santos.

Para a vendedora Aline Diogo de Souza, 20, que conseguiu uma vaga de emprego em uma das lojas de bugigangas comandadas pelos chineses, eles têm se mostrado bons empregadores. “No começo achei estranho, mas estou me acostumando. Eles são bastante atenciosos, tanto com os funcionários como com os clientes.”