22 de dezembro de 2025

O rei da cachaça


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Na capital da aguardente, em Salinas (MG), Antônio Rodrigues produz 1,3 milhão de litros por ano

Dia desses, após mais uma falta de educação do nosso mal educado técnico da seleção brasileira, o apresentador contemporizou dizendo: “esse Felipão é uma figura!” Discordo dele, tenho um exemplo do que seja uma pessoa “figura”: Sr. Antônio Rodrigues, o maior produtor mundial de cachaça artesanal, com empresa sediada na famosa cidade de Salinas, sertão de Minas Gerias. Ele é o proprietário das marcas Seleta, Boazinha e Saliboa. Produz 1,3 milhão de litros de cachaça ao ano e tem faturamento mensal de R$ 3 milhões.

Mas nada, nada disso mesmo parece ter produzido alguma alteração na excêntrica personalidade desse senhor, a simplicidade chega a impressionar. A casa, ou uma delas, bem poderia ser de qualquer pessoa pobre da cidade. Ele se diz um empreendedor desde os 7 anos de idade, quando ganhou uma gambá parida para cuidar. Executou com sucesso a tarefa e, desde então, associa o cheiro do gambá a coisa boa: “adoro o cheiro do gambá, toda vez que sinto esse cheiro ou eu ganho mais dinheiro ou arrumo uma namorada”.

Diz que o ano de 1976 foi um marco na sua vida, diz tê-lo passado inteiramente acordado, 180 por preocupação com dívidas e 180 contando o dinheiro que ganhara. E desde então não parou mais. E não tem como gastar o dinheiro que ganha, é demais. Diz fazer doações, prestar ajuda com remédios, até comprou 500 pipas para doar no mês de agosto!

A cachaça entrou na vida de Toni juntamente com sua primeira esposa: seu sogro era dono de um alambique. Dez anos mais tarde, Toni começava seu próprio negócio.

Toni é uma figura folclórica que parece ultrapassar o cinturão de seu enorme sucesso - ledo engano. Acho mais que mineiro gosta de fingir esse jeitinho meio bobo - diz-se por aí que fama de bobo não se desmente. Atribui- se a ele o fato de hoje termos excelentes cachaças artesanais capazes de abastecer mercados como o norte americano e o chinês. A Seleta hoje é reconhecida por fazer uma cachaça totalmente artesanal, porque faz a fermentação natural da cana de açúcar crua, depois envelhecida em barris de madeira, que são produzidos também por eles. E é esse processo que imprime sabor a cachaça, diferenciando-a da “pinga” ou aguardente.

Aliás, o próprio Toni nos ensina a identificar uma boa cachaça: coloque-a no copo e gire-a, ela deverá revesti-lo com uma película com certa untuosidade; o cheiro não pode agredir nem os olhos, nem o nariz; e deve ser translúcida, sem qualquer resíduo. E nada de dar aquele trago e fazer cara feia, é aos pouquinhos que se chega ao longe.

DICA DA SEMANA

Legumes
Ensinar uma criança a comer legumes pode ser uma tarefa fácil ou não, depende muito da criança e de seus pais. Mas um bom começo pode ser a fritura deles, ao menos ela poderá se familiarizar com o gosto e a cor dos legumes. Acho que assim fica mais fácil de aceitarem a comer, experimentar pelo menos.

Uma maneira deliciosa de prepará-los pode ser assim: abobrinhas com cascas, berinjelas sem cascas, cortadas em fatias compridas, ambas previamente escorridas (salgam-se os legumes e deixe escorrendo por cerca de 2 horas). Queijo em fatias de 3 mm. Passe as fatias numa massa para fritar e frite em pouco azeite quente, rapidinho, só para fazer aquela casquinha crocante, transfira rápido para o papel toalha. Claro, o queijo as crianças vão amar, mas acabam comendo de tudo. Pode ser um bom começo para que elas se rendam aos legumes. Experimente fazê-los assim!