O ser humano provou há décadas que o céu não é o limite. Aliás, dois francanos e outro rapaz, que nasceu em São Paulo, mas passou a maior parte de sua vida na capital do calçado masculino, estão nas nuvens e fazendo muito sucesso com elas.
Conheça a história de Felipe Fernandes Lourenço de Oliveira, 25, Rafael Bouchabki Martins, 26 e Renato Garcia Pedigoni, 25. Esse trio de Franca criou, em 2010, a iClinic, uma startup (pequena empresa, principalmente voltada à tecnologia, que possui uma ideia diferente) instalada em Ribeirão Preto, o que os obrigou a atender o Se Liga, simultaneamente, por e-mail.
A ideia dos caras parece simples: deixar os consultórios médicos muito mais inteligentes. “Oferecemos um software on-line para gestão de clínicas e consultórios que permite médicos e outros profissionais de saúde controlarem os dados de seus pacientes através de um prontuário eletrônico totalmente customizável, além de outras funcionalidades como agenda, prescrição eletrônica, lembrete de consultas via SMS e outras novidades que estamos preparando”, definem. “Nosso objetivo é tornar as clínicas e consultórios mais organizadas e inteligentes, aumentando a produtividade dos profissionais e a qualidade do atendimento”.
Mas como eles pensaram nisso? A resposta está na faculdade. Enquanto se graduavam em Informática Biomédica (Felipe e Renato pela USP de Ribeirão e Rafael pela Barão de Mauá), perceberam a lentidão que imperava os consultórios. Eles ainda estavam no passado.
Para facilitar a vida de seus clientes, a iClinic apostou suas fichas no armazenamento de dados na nuvem, ou seja, eles não estão em um lugar físico, mas sim em um serviço interligado pela internet que pode ser acessado de qualquer lugar. “Este tipo de abordagem pode aumentar a segurança e confiabilidade dos dados, uma vez que as informações ficam armazenadas em uma infraestrutura concebida para esta finalidade, seguindo todas as políticas de backup e segurança, e não mais nos computadores da clínica, que podem ser roubados, acessados indevidamente ou sofrer falhas de hardware”, explicam.
A novidade parece que agradou aos médicos. Tanto que a meta da iClinic para este ano é atender cinco mil clientes. Caso atinjam esse objetivo, o faturamento deles chegará a R$ 3 milhões por ano.
AJUDINHA HOLANDESA
Neste exato momento, o francano Felipe Lourenço está em Amsterdã, na Holanda. Lá, a iClinic recebe o aporte do programa Rockstart, famoso por ajudar startups de todo o globo a se desenvolverem. No última seletiva, a empresa local ficou entre as 10 selecionadas de mais de 450 concorrentes. “Durante seis meses somos assessorados por um board com mais de 100 mentores, grandes nomes do mundo corporativo americano e europeu”, dizem. “Eles nos ajudam a analisar nosso negócio, definir estratégias em todas as áreas. Além disso, recebemos um aporte de 60 mil euros”. Com tudo isso rolando em tão pouco tempo, Rafael, Renato e Felipe não escondem: a meta é transformar a iClinic na líder no mercado de soluções médicas on-line. Primeiro no Brasil e depois no restante do globo.
Ao que tudo indica, o céu realmente não é o limite.