Lá vai o enterro já na calçada,
Lá vai minha filha pra caminha.
Triste coveiro, larga da enxada,
Ela não gosta de dormir sozinha.
Não gosta não, pode ter medo,
Não a conhece a boa madrinha.
Triste coveiro, larga da enxada,
Ela não gosta de dormir sozinha.
É tão linda a minha filhinha,
Envolvida toda de branco.
Lá vai ela assustadinha,
Talvez por este meu doído pranto.
Olha, coveiro, ela é tão nova
E este ninho é tão estreito.
Olha, coveiro, faz-lhe outra cova,
Enterre-a aqui, dentro do peito.