Clóvis de Castro rompe com presidente e se afasta da diretoria do Castelinho
Depois de um período sabático de duas semanas, estou de volta. A primeira coluna pós-férias começa destacando a renúncia. Não me refiro ao episódio envolvendo o Papa Bento XVI, mas a uma baixa que acaba de acontecer no clube mais tradicional da cidade. Duas semanas após a conclusão da tensa campanha eleitoral em que conseguiu fazer o sucessor, o ex-presidente Clóvis Alberto de Castro decidiu se afastar da diretoria. Ele era o responsável pelas finanças e iria administrar um faturamento superior a R$ 5 milhões este ano. Clóvis renunciou por divergências com o novo presidente e aliado de campanha, José Antônio Filho. A decisão será comunicada a partir de hoje aos 3,4 mil associados.
A eleição para a presidência do Castelinho foi marcada por muita propaganda, ataques pessoais e ameaças. A uma semana da votação, ocorrida dia 27 de janeiro, integrantes do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar vieram a Franca para desarmar uma bomba que havia sido jogada na casa de Clóvis. Ele disse que o atentado tinha relação com as eleições do clube.
Cumprindo o segundo mandato, Clóvis não podia mais se candidatar e lançou o vice, José Antônio. Ele permaneceu na chapa como diretor-financeiro. O grupo venceu a disputa por apenas 18 votos de diferença. Engana-se quem pensa que a apertada vitória traria a paz de volta ao clube. O clima entre os diretores azedou domingo quando o novo presidente foi entrevistado por este Comércio.
Além de falar de seus planos futuros, José Antônio fez críticas à gestão de Clóvis. “Ele não conseguiu agradar a todos, se desentendeu com funcionários e isso trouxe problemas pessoais para ele, que acabaram atingindo e prejudicando o nome da entidade”, disse. “Houve um racha pelo motivo do Clóvis ser muito autêntico, dinâmico e não ter paciência de esperar. O jeito dele causou um desconforto e alguns membros da nossa chapa foram saindo e formaram a chapa concorrente”, completou.
Clóvis sentiu-se traído pelo então aliado e decidiu se afastar da diretoria. “Me senti muito desprestigiado. Ele falou inverdades e ignorou o processo de recuperação do clube que eu conduzi. Não concordo que eu seja afobado. Se não tomasse as decisões na hora certa, o clube quebrava.” (Clique aqui e ouça a entrevista)
Apesar de diversos pedidos para reconsiderar, Clóvis disse que a decisão é irrevogável. Ele deixará a diretoria e mandará um comunicado por e-mail aos sócios explicando os motivos de seu afastamento após ter conduzido com êxito o processo eleitoral.
BICADA
Muito boa a justificativa de Clóvis para a renúncia. “Não haverá espaço para mim nesta gestão por diferença de estilo. Meu estilo é parecido com o de Sidnei Rocha e o do seu José Antônio parece com o do Gilmar Dominici. A diferença é muito grande.”
FLERTE
Depois de se manterem distantes durante a campanha eleitoral, Roberto Engler e Alexandre Ferreira passaram o dia juntos em São Paulo ontem. Visitaram a CDHU e a Secretaria de Educação. Com a saída de cena do desafeto Sidnei Rocha, o deputado ensaia aproximação com o prefeito. Afinal de contas, em 2014 tem eleição para a Assembleia Legislativa.
BANCADA FEDERAL
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu ontem a bancada federal de São Paulo para discutir projetos em tramitação no Congresso que envolvem o Estado. Marco Aurélio Ubiali (PSB) integrou a comitiva. Hoje, será a minha vez de jantar com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes.
BONS DE VOTO
Os vereadores Valéria Marson (PSDB), Pastor Otávio (PTB) e Nirley de Souza (DEM), os mais votados nas eleições de outubro em Franca, receberam a medalha “Ulisses Guimarães Mérito Eleitoral” ontem, em São Paulo. A homenagem é promovida pela Instituto Tiradentes e concedida aos políticos que receberam aprovação popular nas urnas.
PROMESSA É DÍVIDA
O vereador Laercinho (PP) votou contra o aumento de salário para os vereadores em 2011. Como o projeto acabou sendo aprovado, ele disse que abriria mão do reajuste caso eleito e repassaria a diferença de R$ 1,2 mil a entidades assistenciais. A primeira parcela foi paga dia 7. Foram contempladas a Casa São Camilo de Lellis, a Chácara Sorriso, a Promoção Humana da Capelinha e a Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Laercinho acredita que ao final do mandato terá doado cerca de R$ 14,4 mil a entidades.
MÉRITO POLICIAL
A Câmara realizará sessão solene hoje à noite para homenagear os policiais civis que se destacaram em suas atividades no ano passado. Entre os homenageados que vão receber o diploma de Mérito em Polícia Judiciária “Dr. Ricardo Alexsander de Andrade” estão o delegado Pedro Luiz Dalaqua (1º DP) e os investigadores Marcos Euclides (DIG) e Júlio Rodrigues (Dise).
PÉ NA COVA
Quem quiser encontrar o Pastor Otávio (PTB), é só dar uma passadinha pelos velórios da cidade. O vereador, raramente, fica um dia sem se despedir de um ente querido. Já chegou a velar quatro corpos em um único dia. Com tanta proximidade com os mortos, vai acabar ganhando uma ponta no seriado de Miguel Falabella...
Edson Arantes
Jornalista – edson@comerciodafranca.com.br