Dois candidatos a prefeito da região de Franca declararam à Justiça Eleitoral ter patrimônio superior a R$ 4 milhões. O ranking dos mais ricos é encabeçado pelo candidato de Restinga do DEM, Paulo Pit, com patrimônio de R$ 4,158 milhões. A segunda maior fortuna é a de Henrique Lopes (PMDB), de Patrocínio Paulista: R$ 4,152 milhões.
O patrimônio dos dois supera o do candidato mais rico de Franca, Marco Ubiali (PSB), que declarou R$ 2,589 milhões. Aliás, o valor dos bens de Pit ou de Lopes supera a soma do patrimônio dos sete candidatos de Franca, que é de R$ 3,566 milhões.
Os dados foram divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e informados pelos próprios políticos. Os bens englobam propriedades rurais, imóveis, fundos de investimentos, entre outros.
Pit e Lopes trabalham com o setor rural, área de atuação de 20% dos 35 candidatos a prefeito das 14 cidades da região de cobertura do Comércio, excluindo Franca. Pit é agropecuarista, filho de fazendeiro e neto de político (o avô paterno dele, Juca Ribeiro Deocleciano, foi prefeito de Sertãozinho). Ele afirma que parte do patrimônio foi herdada e parte foi conquistada com seu trabalho. O candidato tem como principal fonte de renda a venda de cana-de-açúcar. Além da sua propriedade rural, Pit arrenda terras de terceiros para cultivar cana. “Meus bens são todos declarados. Por trabalhar com cana vendo tudo com nota, não sonego nada. Eu acredito muito em Deus porque meu negócio depende da chuva.”
Já Lopes é engenheiro agrônomo por profissão, agropecuarista por herança e político por vocação. Ele afirma que as propriedades rurais foram herdadas. “Uma é da família da minha mulher, que foi do bisavô, ficou para o avô, para a mãe e ela herdou. A outra propriedade é herança também”, disse. Em um dos sítios Lopes planta café. Os 150 mil pés rendem cerca de 800 sacas do grão por safra. Na outra propriedade, cria gado leiteiro.
Lopes, que foi prefeito de Patrocínio Paulista por dois mandatos, teve o registro de sua candidatura impugnado no mês passado, mas aguarda resposta a seu recurso. A Justiça o considerou inelegível porque ele foi condenado criminalmente por órgão colegiado e por ter tido contas rejeitadas pelo TCE e pela Câmara, nos exercícios de 2003 e 2004.
Entre as profissões dos demais candidatos a prefeito da região há desde trabalhador da construção civil até motorista (veja no quadro). O mais novo é Pedro Hellu (PSDB) que disputa a Prefeitura de Patrocínio Paulista aos 29 anos. O mais velho é Toninho Raiz (PV) que já foi prefeito e aos 64 anos pretende reassumir o cargo em Cristais Paulista.
O perfil dos prefeitáveis revela ainda que dos 35 candidatos a prefeito, a maioria é homem (89%), casado (79%), tem curso superior completo (67%) e idade entre 41 e 50 anos (51%). O partido político que tem mais candidatos a prefeito na região é o PSDB, com nove postulantes (25% do total), seguido pelo PT, com seis, e pelo PMDB, com cinco. PSD e PTB têm três candidatos cada e o PP, dois. PSC, PDT, DEM, PV, PMN, PSB e PR têm apenas um candidato cada um.
Das quatro mulheres candidatas, três são petistas: a atual prefeita de Cássia, Ana Cáris, Solange Pereira da Silva (Ibiraci) e Maria Consuelita (Itirapuã). Já a candidata de São José da Bela Vista, Celinha Ferracioli, disputa a Prefeitura pelo PTB. Todas têm o ensino superior completo.
Das 14 cidades, pelo menos dez mudarão de prefeito. Apenas Restinga, São José da Bela Vista, Cássia e Claraval podem ter reeleição.
COBERTURA
Além de Franca, o GCN Comunicação acompanha as eleições em Cristais Paulista, Batatais, Itirapuã, Jeriquara, Restinga, Ribeirão Corrente, Rifaina, Patrocínio Paulista, Pedregulho, São Joaquim da Barra e São José da Bela Vista, todas paulistas. E também nas mineiras Cássia, Claraval e Ibiraci.
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