O primeiro dia da 44ª Francal (Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessório) surpreendeu. Para os empresários que esperavam por uma feira fraca por conta do cenário mundial conturbado, encontrar os corredores cheios e os estandes lotados foi uma benção. Se a feira era a grande aposta do setor para garantir um segundo semestre mais sossegado, a julgar por este primeiro dia, a estratégia foi acertada. Houve empresas de Franca que conseguiram em oito horas vender o equivalente à metade do total comercializado no ano passado. A organização da Francal não divulgou o balanço parcial de visitação, mas a movimentação nos corredores já nas primeiras horas desta terça-feira anunciava que o dia seria bom.
A Calvest não conseguiu fazer com que as portas de seu estande ficassem fechadas. O entra e sai de compradores chamava a atenção até de quem passava pelo corredor. Com uma coleção recheada de novidades e inovações, a empresa conseguiu encerrar o primeiro dia da feira com a produção correspondente a um mês vendida. Foram 50 mil pares comercializados, metade do total vendido durante os quatros dias de feira do ano passado. Requisitado a todo momento, o diretor da empresa José Luís Granero mal conseguiu parar para almoçar. Até para dar entrevista foi complicado. Compradores interessados em detalhes dos modelos da marca o interrompiam a todo minuto. “Estou muito feliz. Há 48 horas estou acordado, preocupado com o que seria esta Francal. Agora acho que posso respirar aliviado”.
Movimento semelhante teve a Amazonas Sandals. Pela primeira vez na feira, a empresa registrou R$ 200 mil em pedidos por meio de 15 representantes só neste primeiro dia. O desafio agora é fazer com que as vendas continuem altas até sexta-feira, último dia de feira. “A movimentação nos surpreendeu bastante, ainda mais para este primeiro dia. O estande ficou lotado o tempo todo. Acredito que atendemos em torno de 200 lojistas. Muitos já fecharam contrato”, disse o supervisor de marketing, Gustavo Nassif.
Se o ritmo de vendas de ontem for mantido, a Amazonas já confirmou, a curto prazo, a criação de novas vagas de emprego para a unidade de Franca. “Vamos ter que contratar para poder ter condição de atender a todos os pedidos”, disse, ainda sem falar em números.
Outra grande fábrica francana que comemorou esta abertura da feira foi a Rafarillo. Segundo o diretor da empresa, Valter Cintra, se as vendas continuarem como foram neste primeiro dia de Francal, ao final da feira, a empresa terá garantido a produção dos primeiros meses deste segundo semestre. “Temos 15 mesas distribuídas dentro do estante e elas não pararam vazias.”
Tida como termômetro para o próximo semestre, a Francal em apenas um dia já denota que o ritmo de contratações em Franca ficará aquecido a partir de agosto. “Estamos muito satisfeitos com a aceitação dos nossos produtos e dos lançamentos. Se continuarmos vendendo (neste ritmo), com certeza, vamos ter de contratar mais mão de obra”, disse Túlio Hajel, um dos diretores da Franjel. A empresa produz 2,5 mil pares/dia entre masculinos e femininos.
Com estande lotado o diretor da Orcade, Fernando Goulart, disse que o público compareceu conforme era esperado e o segredo de ter as mesas (num total de dez) sempre ocupadas e fila de lojistas aguardando para serem atendidos se deve à coleção bem trabalhada. “Acertamos mais uma vez nos modelos, por isso estamos com o estande sempre cheio. O investimento feito valeu a pena”, disse, sem revelar valores.
Cenário semelhante também pode ser encontrado na Calçados Jota Pe, que deve divulgar nesta quarta-feira o total de pedidos recebidos no primeiro dia. Segundo a supervisora de marketing, Damares Rodrigues, das dez mesas do estande, oito tinham revezamento de clientes a cada meia hora e, diferente de anos anteriores, os atendimentos eram encerrados com negócios fechados e não apenas contatos para o futuro.
Na avaliação do presidente da Francal, Abdala Jamil Abdala, não há dúvidas de que a feira deste ano será um sucesso. Com um sorriso no rosto ao visitar o estande do GCN no final desta terça-feira, ele comemorou a movimentação alcançada e disse que agora torce para que o resultado se repeita até o encerramento da feira, nesta sexta. “Percebemos uma energia positiva vinda dos expositores e vimos corredores lotados, o que prova mais vez a força da Francal para alavancar a produção das fábricas no segundo semestre.”