22 de dezembro de 2025

Gestos que contam história


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Falamos nas páginas anteriores de gestos de polidez. São palavras e expressões usadas por diferentes culturas. Mas se as pessoas se cumprimentam quando se encontram, elas também têm formas para as despedidas. Dizemos geralmente em português até logo (ou até a semana que vem, até outro dia, até a próxima etc). Mas até logo é bem formal. Com pessoas de nossa intimidade, e geralmente entre crianças, o jeito mais usual de se despedir é dizer tchau. Esta palavra, de origem ita-liana, é empregada largamente no Brasil e em ou-tros países.

Quando dizem tchau, muitos também acenam com a mão. Isso tem um sentido? Claro que tem. Vejam só o que dizem os especialistas em comunicação e linguagens gestuais. O fato de abanarmos a mão, em geral a direita, associando o gesto à despedida, remonta ao tempo em que as pessoas ainda andavam a cavalo para se locomover. Quando iam se aproximando elas levantavam os braços e abriam as mãos para dizer “estamos desarmados, somos de paz”. O gesto depois passou a servir também para despedidas.

Esta explicação para o “tchau” serve também para o aperto de mãos seguido de um leve sacudir de corpo. Em muitas culturas, os homens, além de se apertarem as mãos, sacodem o corpo. É lembrança antiga do tempo em que faziam isso para indicar que não levavam armas escondidas entre as roupas, pois se as le-vassem, elas cairiam, claro.

Muito interessante é um hábito ainda registrado tanto na Austrália quanto no interior do Brasil. Os homens, quando se encontram, chegam ou saem de uma casa, ou igreja, erguem dois dedos até à cabeça. É uma herança do tempo em que usavam chapéu e o tiravam para se cumprimentar, como um sinal de respeito.

Nesta altura talvez você esteja se lembrando de ter visto em filmes, desenhos ou mesmo em algum desfile ou solenidade, soldados levando a mão à cabeça diante de um superior. Este gesto militar chamado “continência” está relacionado a outro antiquíssimo, quando os guerreiros usavam armaduras. Para se identificarem, os cavaleiros erguiam a parte superior do elmo, proteção que lhes cobria toda a cabeça.

Já “adeus” é antiquíssimo. Significava “entrego-te a Deus” e era dito no momento em que alguém partia e deixava quem ficava “à guarda de Deus”. Como a economia é lei da língua, aos poucos as pessoas passaram a falar apenas....a Deus e ...adeus!