O Grupo JBS-Friboi encerrou na última sexta-feira as atividades da sua unidade industrial de couro em Franca. O curtume JBS funcionava no Distrito Industrial e empregava 278 funcionários. Com o fechamento da empresa, praticamente todos os empregados foram demitidos. A JBS Couros havia adquirido o antigo curtume BMZ no ano passado. Essa foi a segunda demissão em massa na cidade neste mês. A primeira ocorreu na semana passada, quando o Carrefour fechou as portas e demitiu 400 funcionários. As rescisões do curtume devem começar na próxima semana.
O anúncio do encerramento das operações na cidade foi feito durante a chegada dos funcionários à empresa na sexta-feira, dia 5. Segundo trabalhadores, todos foram surpreendidos com a notícia, já que nas últimas três semanas houve hora-extra na produção. “Havia boatos, mas ninguém acreditava. A empresa até pagava adiantado”, disse Célio Carlos de Lima, operador de vácuo. Ele trabalhava no local há quatro anos e meio.
A secretária de finanças do Sindicato dos Curtumeiros, Carmen Silva Luiz, disse que o fechamento do curtume é uma perda para a cidade e para o setor coureiro-calçadista. “Eles disseram que não era mais viável manter a unidade de Franca, por isso transferiram a produção e materiais para unidades de Uberlândia (MG) e Itumbiara (GO).” O curtume de Franca é a terceira unidade do grupo fechada desde o mês passado. As demais ficavam em Campo Grande (MS) e Aguaí (SP).
Segundo Carmen, a empresa se comprometeu a pagar todos os direitos trabalhistas e ajudar na recolocação dos funcionários no mercado de trabalho. A média salarial na empresa era de R$ 1 mil. Representantes do curtume também informaram o sindicato de que existe a possibilidade de reabertura da empresa dentro de seis meses. “Eles (a empresa) disseram que farão um banco de dados e cartas de referência para ajudar os funcionários no retorno ao mercado de trabalho.”
Em nota, a JBS Couro informou que as atividades de sua unidade produtiva de Franca foram “temporariamente interrompidas devido a questões mercadológicas, sendo respeitado os procedimentos legais com sindicato e direitos trabalhistas de todos os 278 funcionários”.
Na mesma nota, a empresa afirma ainda que no “sentido de minimizar os efeitos sociais da medida, alguns funcionários da unidade estão sendo convidados a assumirem novas posições em outras unidades da empresa”.