18 de dezembro de 2025

Ex-BBB Josy Oliveira mostra que vai além das aparências


| Tempo de leitura: 19 min
Ex-BBB: Fato de ser lembrada como 'ex-BBB' nem sempre agrada Josy Oliveira: 'Em algumas situações confesso que incomoda', diz

O ditado popular “a primeira impressão é a que fica” definitivamente não pode ser usado com Josy Oliveira. A loira ficou conhecida nacionalmente após participar do Big Brother Brasil 9 (Globo), mas basta uma hora de conversa para entender que a simpática moça é muito mais que uma simples ex-BBB. Aos 32 anos e com currículo profissional em duas carreiras - psicologia e música -, Josiane ainda colhe os louros da fama que ganhou em 2009, mas com o pé no chão e a cabeça num futuro próspero e menos glamouroso: vai cursar faculdade de produção de música eletrônica para abrir seu próprio estúdio e neste mês, estreia o programa Momento Fitness, na Band. Na entrevista exclusiva ao Comércio, Josy - que participou da festa Top Franca em outubro - fala sobre a sua participação no reality show, seu ensaio nu na Playboy, sua carreira musical e revela seus planos (pessoais e profissionais) daqui para frente.

Ouça a entrevista:

- Parte I

 

 

- Parte II

 

 

Comércio da Franca - Não tem como entrevistá-la sem associá-la ao Big Brother Brasil. Você participou da nona edição do reality show, ficou confinada na casa de vidro antes de entrar na mansão. Entrou porque foi uma das mais votadas com 37%. Valeu a pena participar da atração?

Josiane - Valeu. Hoje fazendo um balanço vejo mais o saldo positivo. É um programa que a gente aprende demais, você se testa o tempo todo, você se vê muito mais forte do que imaginava ser. O fato de conviver com pessoas diferentes e ser obrigado a lidar com elas faz com que a gente cresça e amadureça. Você sai do programa muito melhor como ser humano. E tem o lado profissional porque com a visibilidade que se ganha dá para fazer trabalhos em mais regiões do País. Eu que já sou cantora consigo fazer shows em mais Estados, é muito bacana. No entanto, a exposição tem o lado negativo: as pessoas sempre te associam ao programa e por mais que você tenha uma trajetória profissional, uma carreira, você vai ser visto antes como ex-BBB.

CF - Você é Psicóloga, tem pós-graduação em Gestão Estratégica de Pessoas, é cantora e instrumentista. Esse fato de ser conhecida como ex-BBB te incomoda?

Josiane -Em algumas situações confesso que incomoda. Em outras até abre portas. É engraçado a curiosidade que desperta no público em me conhecer porque me viu o tempo todo na televisão e existe aquela coisa da fantasia, do glamour que a televisão gera nas pessoas de todas as idades. É curioso ver como as pessoas reagem quando me conhecem.

CF - Parece que já tem uma intimidade com você...

Josiane - É. Então como eu já tenho uma trajetória, adoro a psicologia, trabalhei durante muito tempo numa empresa de telecomunicações na área de treinamento e RH (Recursos Humanos), entrei no programa consciente dessa exposição. Lá, a gente não consegue se controlar o tempo todo, às vezes fala um pouquinho da sua vida pessoal e pode até mexer com a vida de outras pessoas que estão aqui fora, é muito delicado. Me incomoda no sentido quando as pessoas me cobram: ‘a Josy quer ser cantora por causa do Big Brother’, ela quer tocar por causa do programa’. Só que quando as pessoas começam a me perceber mais como artista e com isso lembram do BBB fico feliz. Quando faço um show e elas vão no camarim e dizem: ‘caramba, você toca mesmo, que legal’, isso pra mim é um reconhecimento muito bacana. Hoje estou aprendendo a administrar muito melhor, quando a gente sai (da casa) o pós é muito difícil, você fica louca. E tem muita crítica, você pode ser amado ou odiado e, apesar da gente não estar preparado para não ser amado, às vezes a gente tem que não ligar pra isso.

CF- O que você mais gostou dentrou da casa?

Josiane - Eu gostava muito das festas, era um momento para extravazar, apesar de eu evitar beber porque eu sabia que bebendo... (risos), bebendo ‘despiroco’, fico louca (risos). Era o único momento em que a gente recebia uma roupa, exclusiva na nossa medida. Isso era um mimo que lá dentro faz muita diferença, era como se fosse um carinho, a gente tava carente. Era uma oportunidade para comer doces, comidas diferentes, porque a gente era privado de muita coisa. Por exemplo, o lado da chepa não tinha temperos básicos como alho, só tinha sal. Os shows eram ótimos, particulares. Em termos de pessoas algumas tive mais afinidade e continuo mantendo contato, não fisicamente, cada um vai pra um lado, mas por e-mails, telefonemas.

CF -Quem são?

Josiane -O Ralf, o Leo, o Flávio, o Max. A Naná, a Mirla - apesar dela ser de Belém, tenho um carinho muito grande por ela. A Maíra está sempre na correria. Sinto falta de falar com algumas pessoas que eu tinha um carinho como o Alexandre, mas ele vive trocando o telefone. É igual faculdade, acabou o curso vai cada um pra um lado.

CF - O que mais odiou?

Josiane - O fato de não poder saber tudo o que estava acontecendo o tempo todo. Quem está aqui fora consegue ter uma visão panorâmica do programa e a gente não imagina o que se passa em todos os cantos da casa. Quando saí, vi que algumas pessoas falaram mal de mim. Na sua frente a pessoa era uma coisa e por trás era outra. É uma coisa que acontece no nosso dia a dia, não é só lá dentro. Mas lá tudo o efeito é maior, está triste, está milhões de vezes mais triste. Outra coisa é que a gente tinha um horário específico para acordar só que às vezes a gente queria deitar num determinado horário de dia e as luzes ficavam acesas, muito fortes no quarto. Eles também colocavam uma música insuportável para não te deixar dormir. Outras vezes, quando tava na piscina, a gente pedia música e eles não colocavam. Senti muita falta de música.

CF - Por outro lado, falta de namorado você não sentiu, né!

Josiane -(Risos). Fui agarrada logo de cara.

CF - Você protagonizou uma entrada inusitada na casa após ser recepcionada com saudades pelo empresário e modelo Newton. Ninguém entendeu o que estava acontecendo...

Josiane -Muita gente me pergunta. Quando a gente fez a inscrição podia fazer um perfil na página do BBB, como se fosse uma rede social. Trocava recados, votos. Com algumas pessoas troquei msn e telefone, foi o caso do Tom. Na época ele morava em São Paulo, apesar de ser de Porto Alegre, e eu estava fazendo show toda semana no Rio. E ele foi ao Rio fazer um trabalho e foi no meu show. Lá eu o conheci, aí a gente ficou junto. Achei ele muito gente boa, uma pessoa bacana. Continuamos a nos falar até que eu tive o segundo contato da produção e se você falar pra alguém que está na seleção e se eles souberem você está fora. Eu morria de medo de falar para qualquer pessoa, tanto é, que eu nem entrava na internet. Eu nem sonhava que ele ia e nem ele imaginava que eu ia. Quando entrei no auditório, antes de ir para a casa de vidro vi no telão que ele já estava dentro da casa. Ainda pensei: ‘nossa, esse mundo é muito pequeno’. Depois: ‘que legal, ele é gente boa, vou acabar me envolvendo com ele dentro da casa’. Mas nunca imaginei que ele fosse me receber daquele jeito (risos).

CF - E você e a Milena fizeram teste de gravidez mesmo na casa?

Josiane -A gente fez exame de sangue. Foi uma história engraçada. Entrei na casa de vidro menstruada e a gente podia pedir o anticoncepcional, mas eu não ia usar porque estava certa que independente de me envolver com alguém não ia fazer nada até em respeito à minha família. Só que lá dentro a gente fica emocionalmente abalada e no mês seguinte minha menstruação não veio. Imaginei que era estresse, só que começou a aparecer umas bolinhas (alergia) na minha pele, aí fui ao confessionário para falar com a produção, mas fui ingênua ao pedir uma ginecologista afirmando que minha menstruação estava atrasada e que eu tinha parado de tomar meu remédio... Quando saí, meia hora depois apareceu na tela para eu ir ao confessionário. Lá tinha uma enfermeira e colheu meu sangue, achei que era por causa da alergia. Depois chamaram a Milena também e ela tinha até afirmado que tinha se envolvido (sexualmente) com o Ralf dentro da casa. Fiquei encucada e no dia seguinte, eu estava lavando louça e a gente escutou: ‘sra. Josiane e sra. Milena: os testes de gravidez deram negativo’. Aí imaginei que todo mundo fora da casa já devia estar falando que eu tava grávida. O que gerou confusão é que minha irmã me conhece bem e sabia que eu não tinha feito nada, mas o Tom (que já tinha saído da casa) disse em entrevista que ficaria muito feliz se eu tivesse grávida dele. Eles discutiram e agora se odeiam.

CF- Mas dá pra namorar dentro da casa, confinada e sendo observada por muitas câmeras?

Josiane -Chega uma hora que você esquece das câmeras. Quando entra fica preocupada com tudo. Depois de um tempo você passa a se preocupar com o jogo, com os valores que você tá passando e não só com a estética. O fato do namoro é que tem horas que você não se sente a vontade. Mesmo assim, o tempo que fiquei com o Tom na casa foi verdadeiro, foi bom, mas ele tinha aquelas crises malucas de querer me podar. Eu tava carente, tinha me separado do marido há um ano e ainda não tinha arrumado namorado sério. Ele, apesar de pouco tempo, foi muito intenso. Depois do fim do programa a gente se viu algumas vezes, ele me ligou outras vezes - tive que trocar o número do meu telefone - mas é uma pessoa que eu respeito, quero que seja feliz, não é má pessoa, só é um pouco impulsivo.

CF - Como surgiu o interesse em participar do reality show?

Josiane - Nunca imaginei que eu fosse entrar, nunca tinha assistido o programa. Um amigo me disse que eu estava cantando muito no Rio, que eu tinha que divulgar a agenda, aparecer na internet, por isso montei o perfil na página (do BBB) com muita despretensão. Só comecei a me envolver a partir da segunda entrevista. Eu fazia o Segredo (a lei da atração) todo dia. Me mentalizava dentro da casa, usando tal roupa, como eu ia falar com o Bial (Pedro, apresentador do programa). Aí caiu a ficha e comecei a viver o BBB 24 horas por dia e acabei conseguindo. Enfim, acredito que era o meu momento, só a partir do programa é que fiquei conhecida nacionalmente sendo que eu já estava no meio artístico há muito tempo.

CF - O fato de ser convidada para abrilhantar o Top Franca 2010 comprova a visibilidade do reality show. Como você tem usufruído desta fama?

Josiane -Tento ser muito cuidadosa porque a fama é muito ingrata: ao mesmo tempo que te traz muitas coisas boas ele te traz coisas difíceis de lidar, por exemplo, como a exposição é muito grande e foi uma escolha sua, dá o direito das pessoas meio que invadirem a sua privacidade porque elas fizeram isso durante os 82 dias que fiquei confinada. Então sou muito carinhosa e hiper comunicativa com meus fãs no twitter, orkut... Tento usufruir a fama sempre colocando o lado bom em primeiro lugar pensando sempre que tem muita gente que gosta de mim, me admira, que tenho a oportunidade de mostrar como eu sou porque o programa mostra a gente meio fragmentada. Sou muito transparente. Depois do programa surgem mesmo muitas oportunidades bacanas, pipoca tanta coisa que você nem sabe discernir o que vale a pena ou não. Esse discernimento vem com o tempo.

CF - E ainda surgem convites, mesmo você tendo participado do BBB9?

Josiane - Faço por mês uma média de 8 presenças em eventos. Sempre priorizo a música, que é o meu foco. Faço um show por semana, não consigo largar a música, é uma cachaça (risos). Às vezes por coincidência de data eu não consigo fazer as duas coisas. Eu gosto de fazer eventos. Fiquei super feliz com o convite para o Top Franca porque tem um cunho empresarial bacana e como trabalhei muito tempo na Embratel, sei como é importante para uma empresa ser reconhecida, homenageada, eu vivia isso lá. É interessante tanto para o funcionário como para a cidade. Franca é marcada sempre como pólo calçadista e é bacana as pessoas saberem que aqui tem de tudo e qualidade em todos os segmentos.

CF - Como foi fazer o ensaio nu para a Playboy?

Josiane -Foi uma questão engraçada. Quando a gente entra no programa todo mundo já fala, né! Meu pai já estava apavorado porque sabe que normalmente todas as BBBs são convidadas. Então, eu sabia que ia ser difícil convencê-lo sobre o ensaio que não estava nos meus planos profissionais, mas realmente é bacana para o ego da mulher você saber que vai estar numa revista como símbolo de beleza, isso mexe com a gente. Só que tem que ter um equilíbrio senão te consome, sobe para a cabeça e é pior. O que me fez fazer foi a questão financeira. Quando você vê o cachê... que hoje não é mais tão astronômico como antes - quando não tinha internet e todo mundo comprava a revista. E a gente não ganha sobre os assinantes, que é a maioria. Em relação ao ensaio, imaginava só eu e o fotógrafo. Quando cheguei, tinha uma equipe de 30 pessoas (produção, figurino, maquiador, cabelo...). Tem que ignorar, fingir que tá sozinha senão não consegue fazer. Não bebi nada e o que foi mais complicado é que eu tinha feito a cirurgia de prótese de silicone há quatro dias, estava dolorido. O ensaio foi bacana, profissional, gostei do resultado, bem a ver comigo, focado no rock, na música. Confesso que se eu fosse fazer novamente mudaria algumas coisas.

CF - O que mudaria?

Josiane - Algumas fotos eu não colocaria. A seleção é feita por eles, mas previamente você vê as fotos escolhidas e dentre aquelas você faz outra seleção das que pode ou não. Algumas fotos você gosta muito e eles não escolhem. A mulher pensa na foto mais bonita, sensual, instigante. O homem já pensa diferente e gosta das fotos mais evidentes, que são as que eu tiraria, por outro lado nenhum homem ia comprar a revista (risos).

CF - O que você fez com o cachê?

Josiane -Comprei meu apartamento em São Paulo. Estou hiper feliz, o fato de você ter o seu espaço e saber que é seu já é uma garantia que hoje é muito difícil conquistar. Vejo tanta gente que luta pra caramba e tem que pagar aluguel. O resto do dinheiro deixei aplicado e faço o possível para não mexer. O meio artístico é muito oscilante, sempre tem que ter uma garantia. O que me deixa mais tranquila é o fato de ter um histórico, uma formação, conhecimento e experiência se um dia precisar voltar para o mercado de trabalho sei que seria um pouco mais difícil ser acolhida pelo mercado depois de uma exposição como esta. Mas não consigo imaginar como seria a reação das pessoas se fossem fazer uma entrevista de emprego numa empresa e falasse: ‘acho que te conheço de algum lugar’ (risos).

CF - E quais são os seus planos para 2011?

Josiane -Vou fazer outra faculdade de produção de música eletrônica. Sempre tive muita vontade de criar minhas próprias músicas e não sei mexer no equipamento porque hoje em dia tem muito programa de computador. Penso em daqui a uns anos montar um estúdio para criar trilhas, singles para comerciais. É uma forma de ter um negócio que vai me dar retorno, não tão grande, não tenho essa pretensão, acho que a gente precisa do suficiente para viver tranquilo. Quando a gente quer demais a gente acaba tendo de menos, né!

CF - Você caiu duas vezes na passarela em abril do ano passado. Suas fotos caindo estamparam vários sites. Como você reage neste tipo de situação?

Josiane - Foi tão rápido e que na hora levantei rapidinho e acho que agi bem, ainda brinquei com a plateia. Na hora agi com naturalidade, mas em casa chorei, fiquei mal. Antes do desfile, o palco foi limpo com água e sabão para tirar uns adesivos. Na primeira entrada o chão estava escorregadio e acabei caindo. Levei na brincadeira, ‘do chão eu não passo’. A sorte que caí com as pernas fechadas, tava de minissaia, imagina se caio de pernas abertas (risos), ia estampar várias capas (risos). Engraçado que durante muito tempo foi um dos vídeos mais acessados da internet. Ainda ingênua pensei que nem ia vazar. Esse episódio me fez ficar mais alerta, a mídia não perde tempo. Mas eu sempre fui meio estabanada.

CF - No ano passado você trocou 350 por 280 ml de silicone? O que te fez arrepender de ter turbinado os seios?

Josiane - É a saga da baratinha. Sempre tive peito grande e com 18 anos pedi de presente para o meu pai uma cirurgia para reduzir, mas ele não me deu falando que meu corpo tava em formação e que eu ia me acostumar. Realmente aconteceu aos 21 anos. Sempre fui grandona e acabei achando que era realmente proporcional. Só que o BBB mexe muito com seus valores, com tudo, você passa a ter um foco tão grande nessa questão de aparência que sai do programa muito preocupada. Primeiro fiz o Paparazzo (site de fotos sensuais da Globo), que não mostra o seio, mas você tira o sutiã, e eu ficava incomodada, não gostava do formato dele. O fotógrafo ainda me sugeriu a não colocar (silicone) e eu queria os seios mais redondos. Para fazer aPlayboy eu só faria se colocasse a prótese. Só que eu não queria aumentar, só queria mudar o formato, os seios mais levantados. Se eu tivesse pesquisado antes, teria feito só a mastopexia (suspensão da mama). Na correria, a Playboy queria fechar comigo em maio, eu tinha que fazer a cirurgia antes do ensaio. Na época eu estava trabalhando com o Rick Bonadio (produtor musical) que conhecia um médico muito bom, não fiz nem consulta, conheci ele na hora da cirurgia. Isso foi um erro gigante. Ele sugeriu 350 ml, eu não tinha noção. Quando acabou, olhei no espelho, chorei muito porque ainda estava inchado e grande, eu não conseguia ver meu pé. Depois de uns seis meses, o seio ainda incomodava, ficava sentindo uma elevação debaixo do braço e resolvi tirar, mas o médico disse que eu tirasse o peito ia cair porque esticou a pele. Aí troquei, mas antes pesquisei a prótese ideal. Mesmo assim ainda me incomoda porque ela ficou abaixo do músculo e quando deito ela vai pro lado.

CF - Você está namorando?

Josiane - Estou com uma pessoa há um ano. Conheci num show, ele é baterista de uma banda e designer. Estamos juntos, morando em São Caetano (SP), um lugar tranquilo. O bom é que por ele ser do meio, entende e respeita minha rotina, minha carreira. Meus planos é de ter um bebê no final do ano que vem, quero muito, nossa.

CF - Vamos falar um pouco da música na sua vida. Você toca piano, violão... como iniciou na carreira musical?

Josiane -Profissionalmente, passei a viver da música há uns seis anos. Eu não conseguia conciliar com o trabalho na Embratel, a música estava ficando cada vez mais forte. Na mesma época consegui o patrocínio do meu disco por uma lei cultural de Juiz de Fora (em MG, sua cidade natal). Comecei a ter contato com a música ainda pequenininha porque meu pai canta, apesar de não ser profissional e minha mãe tocava acordeom. E o piano, meu pai comprou para minha irmã mais velha e ela nem ligou. Aprendi a tocar sozinha, por isso o piano é o meu instrumento de identificação, o que realmente gosto, é meio que espiritual, me transformo. Já o violão é mais companheiro, dá para levar para qualquer lugar. O canto acompanhou os dois. Fiz cinco anos de coral... Nesses seis anos já tive um trio de bossa nova e samba, gosto muito de tocar pandeiro, já toquei muita MPB em barzinho, em restaurantes, já toquei em banda de baile, já tive banda de pop rock, já fiz mais acústico cantando Alanis (Morissette), U2 - que é o que mais gosto. Há dois anos tenho feito mais show eletrônico em boates, baladas. Fez eu crescer mais na parte artística, de expressão, a parte vocal te cobra mais.

CF- Antes de entrar na casa você tinha o grupo Nueva. Agora lançou um disco, com produção de Rick Bonadio, com o grupo Pacto. Os integrantes mudaram ou foi só o nome?

Josiane -O Nueva é um projeto acústico que tenho com o mesmo músico que toca comigo hoje, o Marlos. A ideia era ele cantar também, tipo um Roxette. Deste grupo surgiu o Nueva Live, e começou a surgir muita oportunidade bacana com o eletrônico. Quando eu saí do BBB, fui trabalhar com o Rick que produziu pra gente o single For in love a gan e ele achou que a gente tinha que mudar o nome nesse novo momento para Pacto. Ainda não acostumei, por isso estou reformulando tudo e agora esse projeto eletrônico vai se chamar Elements by Josy Oliveira. O nosso live tem guitarra, teclado, percussão. Não temos a pretensão de gravar um CD físico porque as pessoas consomem muito mais na internet e a ideia é bombar os singles na rede. O retorno financeiro nem é primordial, quero que as pessoas conheçam primeiro o trabalho, que agora, cada vez mais distante do BBB, fica mais fácil mostrar meu lado artístico. Com o Rick não deu certo, o plano dele para a nossa carreira era muito teen e não tinha nada a ver comigo, teria que mudar minha essência... Agora estou me vinculando a uma agência de carreiras, fechei eventos no Sul e em São Paulo e quem sabe futuramente fora do País. É difícil fazer sucesso no Brasil com o eletrônico, mas também eu não tenho essa pretensão de virar uma Ivete Sangalo, Claudinha Leitte, apesar de admirá-las, acho que é uma pressão muito grande e na idade que estou tenho planos de constituir uma família, ter filhos, prefiro continuar fazendo meus shows.

CF - Tem algum outro projeto em vista?

Josiane -Vou começar a apresentar um trabalho na Band talvez agora em novembro, voltado para saúde, bem-estar e fitness. O programa, Momento Fitness, vai falar um pouquinho de tudo, focar o lado da pessoa cuidar do corpo, mas não dessa forma gritante, existem outros meios de se cuidar. Achei bacana o convite, vai ser meio informal e dinâmico. É uma forma de eu mostrar meu lado mais comunicativo e não agride minha carreira musical.

CF - Para os fãs que querem conhecer um pouco mais o seu trabalho, ouvir as suas músicas, qual o site?

Josiane -Um portal, criado por uma amiga querida, www.portaljosyoliveira.com. Lá tem tudo, agenda, músicas, vídeos, histórias. Lá tem meu twitter, link para o orkut, facebook.

 

Aos 32 anos e com currículo profissional em duas carreiras - psicologia e música -, Josiane ainda colhe os louros da fama que ganhou em 2009