18 de dezembro de 2025

Patativa


| Tempo de leitura: 2 min

A patativa é um dos pássaros brasileiros  mais exaltado pelos poetas e escritores. Seu nome aparece em música, no romance Ubirajara, de José de Alencar, no poema As primaveras, de Casimiro de Abreu. Seu canto é melodioso e triste, mas muito atraente. Por causa da beleza de seu canto, virou apelido de alguns cantores do nordeste. Por isso é que o cantor de que falamos nas páginas 4, 5 e 6 é chamado Patativa de Assaré. Há outros “patativas” de outros lugares nordestinos.


A patativa vive nos campos, nas vegetações à beira dos rios e nas baixadas. Durante o inverno é vista em grupos. Neste período, ficam escondidas enquanto se dá a troca de penas. Não cantam e usam sua energia para comer gramíneas. A partir de setembro, chegando a primavera, andam em casais e seu canto é ouvido a distância. Cantam para o acasalamento e para delimitar seu território. A patativa defende com valentia o seu espaço, impedindo que outra ave se aproxime de seu ninho. Os machos costumam ficar no alto das árvores, cantando alto para se imporem e afastarem predadores.
 

As fêmeas fazem ninhos em forquilhas, nos galhos mais baixos, usando raízes e gramíneas para a parte externa. A parte interna é formada por raízes mais moles e, se encontrada, crina de cavalo. O ninho tem forma de taça, é bem diferente, nele a fêmea põe de dois a três ovos.


O filhote, até um ano de idade, é pardacento. Depois desse ano, se o espécime for macho, vai adquirir uma cor azul-acinzentada e a fêmea continuará com a cor do fi-lhote. A plumagem dos machos é muito bonita. A maneira como eles voam e pousam também é admirada pela elegância.
 

Há uma variedade de patativa que pode ser vista em outras regiões do país, além do nordeste. Mais frequentemente no norte do Paraná, surge uma espécie bem mais rara e de bico amarelo, o que a torna muito mais bonita e desejada pelos passarinheiros que as caçam para mantê-las em cativeiro. Mas isto é judiação.