Morreu no dia 26 de abril a vice-presidente da ONG Centro de Voluntárias da Saúde de Franca, Ângela Vilela de Andrade Silva Costa. Os últimos cinco meses foram fulminantes, desde o diagnóstico de um câncer, ao final de 2009, que não cedeu à fase medicamentosa e a uma cirurgia. Iniciava preparativos para submeter-se à quimioterapia mas não houve tempo.
Ângela tinha 53 anos. Foram 31 anos de casamento com o médico pediatra Alberto da Silva Costa Filho e três filhos, Leopoldo (que acaba de receber aprovação como Juiz de Direito, o que a fez muito feliz), Camila e Marina, médicas atualmente realizando residência em São Paulo, também seus xodós.
Era, segundo disse ao Comércio a fundadora das Voluntárias da Saúde de Franca, Maria Paula Ramos do Val Rocha, uma “mulher dedicada, que convidei para integrar-se à ONG que iniciamos entre 1999 e 2000 e que era uma amiga especial de uma vida, tanto que a escolhi madrinha de minha filha Manuela e ela fez o mesmo em relação a mim, para sua filha Camila”.
Vice-presidia na atualidade as Voluntárias da Saúde mas já tinha exercido a presidência entre 2005 e 2007. Sua marca “era a solidariedade”, disse Marcos Junqueira, assessor de imprensa da Fundação Santa Casa. Ainda recentemente – ele se lembra – Ângela dedicou-se de corpo e alma ao evento “McDia Feliz”, que anualmente reúne recursos para o Hospital do Câncer de Franca, porque “desejava iniciar uma firme campanha para dotar o Hospital de uma ‘oficina de blocos’, equipamento para produzir ‘formas’ capazes de permitir que o tratamento radioterapêutico foque somente as lesões cancerígenas e não afete os tecidos sãos que as circundam. Iniciou, com suas companheiras, a preparação da instalação.
A fundadora, Maria Paula, esteve com Ângela em várias oportunidades desde o período da descoberta da doença. “Foi um período difícil. Ela, que conviveu com pacientes de câncer sabia das dificuldades, mas não se entregou. Foi de uma singeleza muito grande. Deixava transparecer que Deus a pegava no colo. Não sobreviveu, mas ensinou até quando pode”.
A seu velório no espaço São Vicente de Paulo, ocorrido no dia da morte, 26 de abril, acorreram amizades de todas as épocas de sua vida. “Estavam lá suas companheiras de ONG, representantes de famílias que ajudou através das Voluntárias e centenas de pessoas que realmente a respeitavam”, disse Marcos Junqueira.
O sepultamento aconteceu dia 27, no Cemitério da Saudade. No último domingo, 2 de maio, foi celebrada Missa de Sétimo Dia por intenção de sua alma na Catedral Sé de Nossa Senhora da Conceição.