
Teve vereador que afirmou ter visto o cérebro de um paciente aberto e o rosto ensanguentado. Outro parlamentar chamou de “covardes” aqueles que criticam o Legislativo e pedem emprego a eles nas redes sociais. A sessão ordinária da Câmara Municipal de Franca, na manhã desta terça-feira, 4, foi acalorada devido ao projeto de lei que amplia de 15 para 30 cargos de assessores parlamentares. A votação acontece nesta tarde.
Cada novo assessor parlamentar da Câmara Municipal de Franca receberá R$ 6.133,44 de salário bruto mensal. Os salários e benefícios dos 15 novos assessores totalizam R$ 1.714.343,07 em gastos para o Legislativo durante o ano de 2025. O projeto é de autoria coletiva, e será votado pela segunda vez.
O empresário Bruno Madeira de Carvalho usou a tribuna para criticar a criação dos cargos de assessores parlamentares. Segundo ele, é compreensível o desejo dos parlamentares de reforçarem suas equipes para atender à população. Por outro lado, é momento de fazer sacrifícios para equilibrar os gastos públicos.
“Não existe verba da Câmara, não existe verba da Prefeitura. Existe a verba do pagador de impostos, de cada um de vocês e de cada um de nós. Se essa verba não for utilizada e voltar para a Prefeitura, vocês, como fiscais do prefeito, acompanhem onde será aplicada”, afirmou.
'Cérebro aparecendo'
O vereador Leandro Patriota (PL) foi o primeiro a defender a criação dos novos cargos. “Quando a gente chega à máquina pública, encontra outra realidade. Se eu conseguisse atender todas as pessoas que me procuram diariamente, eu teria que trabalhar 48 horas diretas. Eu não dou conta.”
O vereador convidou Bruno Madeira a acompanhá-lo durante sua rotina por um dia. “Eu vejo pessoas com o cérebro aparecendo, vejo pessoas sangrando no rosto e espirrando sangue. Eu vejo muitas coisas que não posso mostrar nas redes sociais”, disse o parlamentar, ao se referir às visitas que faz a pacientes.
Patriota abordou a utilização do “reforço” durante viagens. “Vou levar um assessor, e quem vai ficar em Franca para atender essas pessoas?”, questionou.
'Vão me perdoar'
Fransérgio Garcia (PL) citou Piracicaba (SP) e Uberaba (MG) como cidades de porte populacional semelhante e que contam com mais vereadores e assessores do que Franca. Além disso, foi enfático ao afirmar a necessidade de ampliação. “Nós vamos seguir com 15 vereadores e um assessor (cada)? Vocês vão me perdoar, é impossível entregar um resultado de qualidade, não vou nem dizer de excelência, porque o material nosso é humano”.
“Quem é mais prejudicado por a gente ter um assessor só é quem precisa da Câmara. Porque quem não precisa da Câmara dos Vereadores, não importa se tem um, dois ou três. Todo mundo quer que nem tenha assessor”, completou.
'Covardes'
Marcelo Tidy (MDB) enalteceu o trabalho realizado pelos atuais assessores parlamentares: Cirineu Antonio Carlos (Gilson Pelizaro/PT), José Guilherme (Donizete de Farmácia/MDB), Rosinha (Calinho Petrópolis Farmácia/PL) e Rosivaldo Ramos (Tidy). “Pelos quatro cantos da cidade, nos 358 bairros que nossa cidade tem, aponte uma pessoa em Franca que não valoriza o trabalho desses assessores”.
O emedebista disparou contra aqueles que se opõem ao projeto. “Muitos dos que estão criticando mandaram mensagens pedindo emprego. Muitos que reclamaram mandaram pedindo emprego. Esses que reclamam são covardes. Sabe por quê? Reclamam nas redes sociais, mas estão no direct das redes sociais: ‘você podia arrumar uma vaga para mim’. É covarde quem faz isso”.
1 minuto de silêncio
A sessão ordinária começou às 9h14. Após a chamada para confirmar a presença dos vereadores, Kaká (Republicanos) pediu um minuto de silêncio em respeito à morte de Vera Lúcia Santos Costa, aos 65 anos, mãe do padre Fernando Antônio Costa, conhecido como Fernandinho do Cenáculo.
Sessão da tarde
A votação dos projetos está marcada para a tarde desta terça-feira. Além do projeto de ampliação do número de cargos de assessores parlamentares, os vereadores votarão a extinção das funções gratificadas de diretor da Escola Legislativa e de diretor de jornalismo, além do projeto de lei, de autoria de Marco Garcia (PP), que multa motociclistas que alteram os escapamentos de suas motos e perturbam o sossego público com o barulho.
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Comentários
2 Comentários
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Darsio 4 dias atrásO que mais me surpreende é que toda essa ladainha dos vereadores nos custam uma fortuna dos cofres públicos. Não se observa qualquer iniciativa em discutir os problemas da cidade e construir soluções.
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Atila 4 dias atrásComo sempre, chegam como cordeirinhos, criticam os atuais, as despesas, os gastos, mas quando assumem, mostram as garras e os dentes, lobos ferozes pelo dinheiro publico, agora são mais 15 parente para fortalecer cada vereador. E a historia nunca muda, sempre continua do mesmo jeito.