ECONOMIA

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Criação de empregos cai 60% em Franca: 'sem perspectiva de melhora'

Criação de empregos cai 60% em Franca: 'sem perspectiva de melhora'

Foram 3.915 postos criados até setembro deste ano, contra 9.822 no mesmo período de 2022.

Foram 3.915 postos criados até setembro deste ano, contra 9.822 no mesmo período de 2022.

Por Pedro Baccelli | 07/11/2023 | Tempo de leitura: 2 min
da Redação
Sampi/Franca

Por Pedro Baccelli
da Redação

07/11/2023 - Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca

Reprodução/Portal da Indústria

Linha de montagem de calçados em fábrica

Franca gerou 3.915 empregos de janeiro até setembro de 2023 – o que representa uma redução de 60% comparado aos 9.822 postos criados no mesmo período do último ano, como mostram dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A desaceleração da economia levanta a pergunta: O que esperar dos próximos meses?

Tradicional setor da economia, e responsável pela fama da cidade, a indústria calçadista responde essa questão. “O saldo será negativo em relação aos anos anteriores, sem perspectiva de melhoras em 2024”, afirma o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão.

No caso dos calçados, as empresas não conseguiram fechar pedidos suficientes para operar a pleno vapor no último trimestre. “As nossas exportações em 2022 fecharam em US$ 89,7 milhões. As nossas expectativas para este ano são de US$ 72,1 milhões, portanto, um déficit de US$ 17,6 milhões, consequentemente impacta as contrações no ano”.

Impactos que já foram notados. O ano ainda não acabou e, segundo o Caged, a Indústria já fechou cinco meses (março, abril, maio, junho e agosto) com saldo negativo nas contratações. A recorrência no vermelho resultou em apenas 1.151 vagas abertas até setembro, contra 4.994 no mesmo período de 2022 – desaceleração de 76%.

O setor industrial não foi o único a registrar queda. A Agropecuária e o Comércio, por exemplo, contabilizaram redução de 84% e 36%, respectivamente. A reportagem questionou o Sindicato Rural de Franca e a Acif (Associação de Comércio e Indústria de Franca) sobre os números, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.

Brigagão explica que os resultados passam pela recessão sofrida no país. Os consumidores estão reduzindo, cada vez mais, para itens básicos – além da inadimplência no setor varejista, com consequência direta no consumo de calçados.

“Soma-se a esta situação o constante aumento das importações de calçados de couro vindos da Ásia. Estes calçados competem diretamente com os calçados de Franca. Nossas exportações têm acumulado resultados negativos desde fevereiro deste ano, em relação a 2022, o que sugere que tanto a economia interna como a externa estão em crise”.

Os empresários ainda sofrem com aumento da energia elétrica e combustíveis, alta carga de juros, ausência de linhas de crédito direcionados, falta de infraestrutura e logística, maior carga tributária do planeta e insegurança jurídica.

Ainda segundo Brigagão, os setores ganhariam fôlego com uma “sonhada” reforma tributária. “Sem uma reforma abrangente e igualitária, este sonho vai virar pesadelo. Além dessa, é altamente necessária uma reforma administrativa, com a consequente redução da máquina pública administrativa, bem como mecanismos que garantam a segurança jurídica”, finaliza.

Franca gerou 3.915 empregos de janeiro até setembro de 2023 – o que representa uma redução de 60% comparado aos 9.822 postos criados no mesmo período do último ano, como mostram dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A desaceleração da economia levanta a pergunta: O que esperar dos próximos meses?

Tradicional setor da economia, e responsável pela fama da cidade, a indústria calçadista responde essa questão. “O saldo será negativo em relação aos anos anteriores, sem perspectiva de melhoras em 2024”, afirma o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão.

No caso dos calçados, as empresas não conseguiram fechar pedidos suficientes para operar a pleno vapor no último trimestre. “As nossas exportações em 2022 fecharam em US$ 89,7 milhões. As nossas expectativas para este ano são de US$ 72,1 milhões, portanto, um déficit de US$ 17,6 milhões, consequentemente impacta as contrações no ano”.

Impactos que já foram notados. O ano ainda não acabou e, segundo o Caged, a Indústria já fechou cinco meses (março, abril, maio, junho e agosto) com saldo negativo nas contratações. A recorrência no vermelho resultou em apenas 1.151 vagas abertas até setembro, contra 4.994 no mesmo período de 2022 – desaceleração de 76%.

O setor industrial não foi o único a registrar queda. A Agropecuária e o Comércio, por exemplo, contabilizaram redução de 84% e 36%, respectivamente. A reportagem questionou o Sindicato Rural de Franca e a Acif (Associação de Comércio e Indústria de Franca) sobre os números, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.

Brigagão explica que os resultados passam pela recessão sofrida no país. Os consumidores estão reduzindo, cada vez mais, para itens básicos – além da inadimplência no setor varejista, com consequência direta no consumo de calçados.

“Soma-se a esta situação o constante aumento das importações de calçados de couro vindos da Ásia. Estes calçados competem diretamente com os calçados de Franca. Nossas exportações têm acumulado resultados negativos desde fevereiro deste ano, em relação a 2022, o que sugere que tanto a economia interna como a externa estão em crise”.

Os empresários ainda sofrem com aumento da energia elétrica e combustíveis, alta carga de juros, ausência de linhas de crédito direcionados, falta de infraestrutura e logística, maior carga tributária do planeta e insegurança jurídica.

Ainda segundo Brigagão, os setores ganhariam fôlego com uma “sonhada” reforma tributária. “Sem uma reforma abrangente e igualitária, este sonho vai virar pesadelo. Além dessa, é altamente necessária uma reforma administrativa, com a consequente redução da máquina pública administrativa, bem como mecanismos que garantam a segurança jurídica”, finaliza.

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8 COMENTÁRIOS

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  • LILS
    13/11/2023
    Eu fiz o L, vou fazer novamente em 2026, estou muito feliz com a situação e CHORA GADOOOOO!!!
  • Ricardo Donizete Amoros
    08/11/2023
    Faz o L a conta chega
  • Márcio
    08/11/2023
    A turma do #FicaEmCasa e #AEconomiaAGenteVêDepois agora tá vendo uma das consequências disso. Em quem disse que o e-commerce supre toda a mão de obra parada!? Aff...
  • Freitas
    08/11/2023
    A culpa não é dos calçados estrangeiros, e sim de um governo burro e corrupto sedento por impostos (para distribuir entre os comparsas). Cada dia um aumento novo. E os negacionistas fingem não saber que quanto maiores os impostos, menor a arrecadação. As pessoas vão reduzindo os gastos cada vez mais. Mas calma aí, lá vem a reforma tributária pra ferr4r mais ainda a população brasileira ( principalmente a parcela mais pobre). A tal reforma tem zero redução da máquina pública e zero segurança jurídica.
  • Xing Ling
    08/11/2023
    Será ??? Não vejo recessão, especialmente em Franca. Aqui é um polo tecnológico de e-commerce, os maiores vendedores de calçados online do Mercado Livre e Shopee estão aqui, grandes fabricantes de moletons....isso tudo gera muito emprego aqui e demanda sim..... é (segundo Luiza Helena), uma cidade de \"empreendedoras\". Grandes investimentos vieram pra cá e não foi à toa: vários prédios de alto padrão da Bild, Sam Club, Oba...
  • Dirceu
    08/11/2023
    Façamos o L O governo só se preocupa em criar novos ministérios e em criar e aumentar impostos... Sem nenhum investimento previsto para as indústrias. Os empresários ficam com medo de investir e dá nisso, desemprego.
  • Ednaldo
    08/11/2023
    COM ISSO QUEM LEVA CHUMBO É O TRANSPORTADOR, PANDEMIA, SECA, CHUVA, ELEIÇÃO, GUERRA, AGORA ATÉ ELEIÇÃO NA ARGENTINA, SOBRA PRA NÓS, SÓ NO NOSSO, SÓ NO NOSSO...
  • Alex Sandro correa
    08/11/2023
    Sempre digo, o vírus do PT,chega ser pior que o corona, só prejudica a cidade,o duro é empresa indo pra Bahia e outros estados do nordeste