IRREGULAR

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Trabalhadores são retirados de fazenda em condição análoga à escravidão em Claraval (MG)

Trabalhadores são retirados de fazenda em condição análoga à escravidão em Claraval (MG)

Os trabalhadores vieram de Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Maranhão e São Paulo para trabalhar na colheita de laranja.

Os trabalhadores vieram de Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Maranhão e São Paulo para trabalhar na colheita de laranja.

Por Hevertom Talles | 25/10/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação

Por Hevertom Talles
da Redação

25/10/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Reprodução

Polícia Federal esteve na fazenda onde os trabalhadores estavam alojados em Claraval (MG)

Vinte e sete trabalhadores de diferentes Estados do Brasil foram retirados de uma fazenda em Claraval (MG), em condições análogas à escravidão, na manhã dessa terça-feira, 24, durante uma ação conjunta do Ministério Público do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Polícia Rodoviária Federal.

Os trabalhadores vieram de cidades de Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Maranhão e São Paulo para trabalhar na colheita de laranja, em propriedade rural que fica localizada em Ibiraci (MG).

Os trabalhadores dizem que foram recrutados por um homem que tem contato direto com o dono da propriedade. A maioria concordou em trabalhar sem registro profissional, por conta da promessa de que teriam boas condições de hospedagem e alimentação enquanto estivessem trabalhando na fazenda. Mas quando chegaram ao local, as condições de trabalho eram precárias.

'Jogou nós (sic) em um barracão'
Marcos Paulo Lima Soares, 25, veio de Espinosa (MG) e chegou à fazenda no dia 1° de outubro. O jovem afirma que, quando foi recrutado, chegou a receber até foto de um apartamento onde iria ficar. “Tinha mostrado a foto de um apartamento. Tinha dito que nós iria (sic) receber de 15 em 15 dias. Falou que iria dar comida, dar tudo. Chegou lá e jogou nós (sic) em um barracão. Não tem nada a ver o que foi falado. Teve peão que chegou lá e já arrumou dinheiro emprestado para voltar”, disse.

Soares descreveu que, no local, não tinha itens básicos de higiene pessoal, como papel higiênico e pasta de dentes. O trabalhador disse que havia uma geladeira para 30 pessoas. ”Lá tem dois banheiros, não dava descarga, tinha que ir no mato”, relatou.

Na fazenda, os funcionários chegavam a ganhar R$ 100 por dia com a colheita, que foram pagos quando fechou a quinzena.

Após serem retirados do local, os trabalhadores foram encaminhados para uma pensão, próximo do terminal rodoviário de Franca.

“Pegaram os documentos para identificar os funcionários e retirou os funcionários de lá, trouxeram para uma pensão para organizar a volta deles. Pessoal deixou a gente e sumiu. Não voltou, falou que iria voltar e até agora nada”, disse na manhã de quarta-feira, 25, Lucas Alves, de 26 anos, trabalhador que também veio da cidade de Espinosa (MG).

Alguns trabalhadores relataram que foram registrados na carteira de trabalho na manhã dessa quarta-feira, sem saber ou serem comunicados.

“Antes falaram que iria mandar a gente embora para a nossa casa. Não fez exame médico, não consultou a gente, todo mundo contando que iria embora hoje ou amanhã e agora registrou. Todo mundo que estava lá estava de acordo de trabalhar sem registro. Ninguém veio com o pensamento de registrar, seria trabalhar e ir embora, registrou sem consultar”, disse Armantino de Assis Aires Pinheiro, de 46 anos, da cidade de Penaval, do Maranhão.

Armantino contou que tem 26 anos como pescador profissional e já recebeu 19 anos de seguro defeso pela profissão. Ele descreve que o "bico" seria um extra e que agora, sendo registrado em carteira, corre o risco de perder o benefício. “Sem os pés no chão”, diz.

A maioria dos trabalhadores tem entre 24 a 40 anos, e alguns chegaram no final de setembro, outros ainda no começo deste mês, para trabalhar.

O dono da fazenda foi procurado para comentar o assunto e as condições dos trabalhadores, mas não quis se manifestar e encerrou a ligação feita pela equipe de reportagem.

Depois de inúmeras tentativas de contato entre a noite de terça-feira, 24, e a manhã e tarde dessa quarta-feira, 25, a reportagem do GCN foi procurada pela própria equipe que atua no caso dos trabalhadores, nesta quinta-feira, 26.

Os fiscais do Ministério Público do Trabalho e Emprego afirmaram que todo o suporte necessário aos trabalhadores, trâmites legais e burocráticos estão sendo adotados para resolver a questão. A equipe relatou que todos terão direto ao pagamento dos direitos trabalhistas, que serão pagos pelo dono da fazenda.

Os fiscais desmentem a informação que os trabalhadores foram "esquecidos" na pensão em Franca. “Eles tinham o contato do auditor diretamente, todas as medidas necessárias estavam sendo adotadas”, disse o auditor da equipe de fiscalização.

Ele acrescentou que causou estranheza a fala dos trabalhadores, já que a equipe segue trabalhando em prol deles e que, ainda nesta quinta-feira, será providenciado o acerto-regularização deles na própria sede do INSS, no Centro de Franca.

Vinte e sete trabalhadores de diferentes Estados do Brasil foram retirados de uma fazenda em Claraval (MG), em condições análogas à escravidão, na manhã dessa terça-feira, 24, durante uma ação conjunta do Ministério Público do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Polícia Rodoviária Federal.

Os trabalhadores vieram de cidades de Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Maranhão e São Paulo para trabalhar na colheita de laranja, em propriedade rural que fica localizada em Ibiraci (MG).

Os trabalhadores dizem que foram recrutados por um homem que tem contato direto com o dono da propriedade. A maioria concordou em trabalhar sem registro profissional, por conta da promessa de que teriam boas condições de hospedagem e alimentação enquanto estivessem trabalhando na fazenda. Mas quando chegaram ao local, as condições de trabalho eram precárias.

'Jogou nós (sic) em um barracão'
Marcos Paulo Lima Soares, 25, veio de Espinosa (MG) e chegou à fazenda no dia 1° de outubro. O jovem afirma que, quando foi recrutado, chegou a receber até foto de um apartamento onde iria ficar. “Tinha mostrado a foto de um apartamento. Tinha dito que nós iria (sic) receber de 15 em 15 dias. Falou que iria dar comida, dar tudo. Chegou lá e jogou nós (sic) em um barracão. Não tem nada a ver o que foi falado. Teve peão que chegou lá e já arrumou dinheiro emprestado para voltar”, disse.

Soares descreveu que, no local, não tinha itens básicos de higiene pessoal, como papel higiênico e pasta de dentes. O trabalhador disse que havia uma geladeira para 30 pessoas. ”Lá tem dois banheiros, não dava descarga, tinha que ir no mato”, relatou.

Na fazenda, os funcionários chegavam a ganhar R$ 100 por dia com a colheita, que foram pagos quando fechou a quinzena.

Após serem retirados do local, os trabalhadores foram encaminhados para uma pensão, próximo do terminal rodoviário de Franca.

“Pegaram os documentos para identificar os funcionários e retirou os funcionários de lá, trouxeram para uma pensão para organizar a volta deles. Pessoal deixou a gente e sumiu. Não voltou, falou que iria voltar e até agora nada”, disse na manhã de quarta-feira, 25, Lucas Alves, de 26 anos, trabalhador que também veio da cidade de Espinosa (MG).

Alguns trabalhadores relataram que foram registrados na carteira de trabalho na manhã dessa quarta-feira, sem saber ou serem comunicados.

“Antes falaram que iria mandar a gente embora para a nossa casa. Não fez exame médico, não consultou a gente, todo mundo contando que iria embora hoje ou amanhã e agora registrou. Todo mundo que estava lá estava de acordo de trabalhar sem registro. Ninguém veio com o pensamento de registrar, seria trabalhar e ir embora, registrou sem consultar”, disse Armantino de Assis Aires Pinheiro, de 46 anos, da cidade de Penaval, do Maranhão.

Armantino contou que tem 26 anos como pescador profissional e já recebeu 19 anos de seguro defeso pela profissão. Ele descreve que o "bico" seria um extra e que agora, sendo registrado em carteira, corre o risco de perder o benefício. “Sem os pés no chão”, diz.

A maioria dos trabalhadores tem entre 24 a 40 anos, e alguns chegaram no final de setembro, outros ainda no começo deste mês, para trabalhar.

O dono da fazenda foi procurado para comentar o assunto e as condições dos trabalhadores, mas não quis se manifestar e encerrou a ligação feita pela equipe de reportagem.

Depois de inúmeras tentativas de contato entre a noite de terça-feira, 24, e a manhã e tarde dessa quarta-feira, 25, a reportagem do GCN foi procurada pela própria equipe que atua no caso dos trabalhadores, nesta quinta-feira, 26.

Os fiscais do Ministério Público do Trabalho e Emprego afirmaram que todo o suporte necessário aos trabalhadores, trâmites legais e burocráticos estão sendo adotados para resolver a questão. A equipe relatou que todos terão direto ao pagamento dos direitos trabalhistas, que serão pagos pelo dono da fazenda.

Os fiscais desmentem a informação que os trabalhadores foram "esquecidos" na pensão em Franca. “Eles tinham o contato do auditor diretamente, todas as medidas necessárias estavam sendo adotadas”, disse o auditor da equipe de fiscalização.

Ele acrescentou que causou estranheza a fala dos trabalhadores, já que a equipe segue trabalhando em prol deles e que, ainda nesta quinta-feira, será providenciado o acerto-regularização deles na própria sede do INSS, no Centro de Franca.

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10 COMENTÁRIOS

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  • Alex
    01/11/2023
    Blá, blá blá, blá. O Bijux Arábicas teve a orelha puxada, viu que fez caca, mas para \"sair por cima\" tenta desqualificar o puxador de orelhas. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Tática medíocre de esquerdistas. KKKKKKKKKKKKKKKKKK. Se você não percebeu minhas gargalhadas são para as besteiras que tu escreves, não o faço para que outras pessoas achem graça, mas sim para ver você estrebuchando com seu intelecto superior e seu português de membro da ABL. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
  • JOIAS DAS ARÁBIAS COBIÇADAS POR BOLSONARO
    30/10/2023
    Alex. Percbe-se a sua insegurança em dedender ideias. Suas gargalhadas deixam muito claro isso, pois mostra que gargalha de você mesmo, ou seja, é como um contador de piada que se coloca como o único que acha graça de suas próprias piadas. Não tenho visto comentários compartilhando de suas gargalhadas. Pode até ser que daqui em diante você invente alguns personagens para fingir que isso ocorre, mas a verdade é que tu está mais para um bobo da corte escanteado pelo rei.
  • Alex
    30/10/2023
    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Não estou tentando me informar ou informar alguém de algo, muito menos os comentaristas abaixo o fizeram. KKKKKKKKKKKKKK. Pouco estou me importando com quando, onde e por que foi criado o seguro desemprego ou o seguro defeso, se a legislação existe esta tem que ser cumprida. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Você escreveu bobagem, atacou gratuitamente e depois vem com verborragia e mais ataques para tentar tapar o sol com a peneira. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Tá ficando feio Bijux Arábicas. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Mas continua assim, estrebuchando com o seu elevado conhecimento e português polido, isso muito me diverte. KKKKKKKKKKKKKKKKK
  • JOIAS DAS ARÁBIAS E GENUÍNAS SEGUNDO O BOLSONARO
    30/10/2023
    Vejo que o Alex aparenta ser favorável a trabalho sob condições análogas a escravidão, a exemplo de muitos agropecuaristas e empresários. Pode ser que logo estará entre aqueles que lutam pelo fim da Lei Área. Será ele um grande empresário que faz um sapatinho aqui outro acolá? Ou será um sujeito com terra sob as unhas e que por isso se vê como um grande agropecuarista? Ou uma espécie de capitão do mato que, sente prazer em causar sofrimento aos oprimidos? Bolsonaro nunca escondeu sua contrariedade a fiscalização que importunava os agropecuaristas que fazem uso desse tipo de trabalho e, tudo indica que ele tem o apoio de seus devotos. Maldito o D. Pedro II que assinou a Lei Áurea, diria ele e seus devotos. Ops!!! Esse é um erro do material didático do Tarcísio, pois que assinou a referida lei foi a Princesa Isabel. Ou seja, direitos humanos e educação nunca fizeram parte do dicionário de um bolsominion.
  • JOIAS DAS ARABIAS E, AUTÊNTICAS SEGUNDO O BOLSONARO
    29/10/2023
    Mas, Alex da gargalhada! Sugiro que, deixe de se informar pela sua fétida privada e, procure saber que a mesma legislação sobre o Seguro Defeso do atual Governo, também foi a do Bolsonaro. Afinal, o referido seguro destinado a pescadores artesanais para períodos de piracema, foi criado em 2015 e, portanto, perpassou pelo governo Bolsonaro. Ocorre que, quando Bolsonaro tentou trocar com os árabes, Refinaria na Bahia por cerca de 13 milhões em joias e rolex, pra vocês tudo normal, mas quando se tem legislação para amparar os mais pobres aí se torna um escâdalo. Mas, melhore o seu português, pois ele é muito sofrível.
  • Alex
    27/10/2023
    E continua o estrebuchamento. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Calma Bijux Arábicas. Ninguém abaixo disse que o seguro desemprego foi criado durante os governos do partido das trevas, apenas questionaram o tempo pelo qual o entrevistado disse receber o benefício. O leitor Bdc apenas corrigiu o nome do benefício, o mesmo feito pelo jornal porém não informado. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Ler e não compreender o que está escrito chama-se analfabetismo funcional. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
  • JOIAS DAS ARABIAS
    26/10/2023
    Aos comentários abaixo digo que o Seguro Desemprego não foi criado no Governo Lula. Além de adeptos do trabalho escravo, percebe-se uma limitação cognitiva muito elevada.
  • Bdc
    26/10/2023
    Não eh seguro desemprego, eh seguro defeso, daepoca de Piracema. Mais sim com certeza faz o L.
  • Marta Hari
    25/10/2023
    26 anos de pescador e 19 anos recebeu seguro desemprego, com certeza fez o L
  • Juliao fala serio
    25/10/2023
    Só eu que li 26 anos pescador e 19 recebendo seguro desemprego????