Lideranças do setor calçadista e políticas se reuniram em São Paulo, nesta segunda-feira, 22, para discutir medidas de apoio às empresas que vêm sofrendo com a concorrência desleal de outros Estados na questão de impostos.

O debate sobre incentivo fiscal para as indústrias de Franca e também de outros polos calçadistas do Estado, como Jaú e Birigui, ocorreu na Secretaria Estadual da Fazenda e Planejamento. Participaram do encontro com o secretário Samuel Kinoshita, o presidente da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), Haroldo Ferreira; o presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria Calçadista de Franca), José Carlos Brigagão; o prefeito de Franca, Alexandre Ferreira (MDB); a deputada estadual Delegada Graciela (PL); e empresários.

Recentemente, o governador do Estado Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que fará esforços para implantar medidas para ajudar o setor. Durante a reunião, os líderes calçadistas propuseram medidas como isonomia tributária, combate à pirataria e ao mercado informal de trabalho, linhas de financiamento para atualização do parque fabril e programas de qualificação de mão de obra.

José Carlos Brigagão disse que a categoria apresentou os pleitos tributários para o setor calçadista. “Foi feita a apresentação com a finalidade de demonstrar as dificuldades do setor diante da guerra fiscal. O Estado de São Paulo tem perdido muitas empresas em razão dos benefícios fiscais concedidos pelos outros Estados. Nosso pleito será analisado pela equipe técnica do governador, e esperamos a resolução dos problemas do setor, com a finalidade de manutenção e incremento do parque industrial paulista”, disse Brigagão.

"A indústria calçadista foi destruída nos últimos 20 anos. Não estamos suportando a guerra fiscal. Defendemos a isonomia tributária", disse Giuliano Gera, também representando o Sindifranca.

O prefeito Alexandre Ferreira reafirmou que a reunião foi produtiva com os empresários fazendo uma explanação da situação do setor, tanto de Franca quanto de outras cidades do Estado. “A Secretaria ficou de estudar medidas e nos reunirmos num futuro próximo para encontrarmos saída para que o setor possa ser mais forte, principalmente para enfrentar essa guerra fiscal que está acontecendo com Minas Gerais”, disse o prefeito francano.

A deputada Graciela lembrou que Franca perdeu quase dez mil empregos na última década. “Nossas empresas estão sendo muito prejudicadas pela guerra fiscal. Estou desde 2021 encaminhando as demandas do setor calçadista e, só agora, conseguimos ser ouvidos pelo governo. Tenho muita esperança que o governador Tarcísio de Freitas atenderá aos pedidos de incentivo", disse a deputada.

Por sua vez, o secretário Samuel Kinoshita afirmou que o objetivo do governo do Estado é criar o cenário de negócios mais positivo e simplificar processos, e que a pasta já está desenvolvendo estudos para melhorar o aproveitamento dos créditos tributários. “Vamos facilitar a transferência e tornar mais rápidos os processos de reconhecimento do crédito. Vamos adotar medidas de modernização para simplificar a vida do contribuinte e incentivar a geração de negócios", garantiu o secretário.