SEGURANÇA

Sinais de alerta precederam ataque em escola estadual em São Paulo; veja cronologia

Ao longo de um mês, sinais da tragédia ficaram registrados num B.O., no seu atendimento por serviços de saúde mental, em mensagens na internet e brigas na escola.

Por Túlio Kruse | 02/04/2023 | Tempo de leitura: 2 min
da Folhapress

Reprodução/Professora Bebel/Facebook

Menos de 20 dias após voltar à antiga escola, o adolescente se envolve em ao menos uma agressão e uma briga.
Menos de 20 dias após voltar à antiga escola, o adolescente se envolve em ao menos uma agressão e uma briga.

O ataque que deixou uma professora morta escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo, foi precedido por um comportamento que gerava preocupação.

Ao longo de um mês, sinais que apontavam para uma tragédia iminente ficaram registrados num boletim de ocorrência, no seu atendimento por serviços de saúde mental, em mensagens na internet e brigas na escola. Confira o passo a passo.

**BOLETIM DE OCORRÊNCIA**
Exatamente um mês antes do ataque, a Promotoria de Justiça de Taboão da Serra recebe um ofício relatando o comportamento do aluno, que estudava então na escola.

No dia 28 de fevereiro, uma funcionária da escola de Taboão da Serra faz um boletim de ocorrência relatando comportamento suspeito e ameaças a alunos, com fotos do agressor portando uma arma.

O documento é encaminhado ao 1º Distrito Policial da cidade, que chama testemunhas para depor e notifica a Vara da Infância e Juventude e o Conselho Tutelar do Município.

No mesmo dia, a escola envia email para o CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) solicitando acolhimento do adolescente. A unidade disponibiliza um técnico para o atendimento, mas mãe e filho não comparecem.

**TRANSFERÊNCIA ESCOLAR**
No dia 1º de março, o pai do adolescente pede a transferência dele para outra escola

Cinco dias depois, o aluno retorna à Escola Estadual Thomazia Montoro. Ele já havia estudado lá até 2021, foi para a escola de Taboão da Serra e agora voltava à unidade da capital paulista. Na mesma data, a família informa ao Conselho Tutelar, que acompanhava o caso, que havia se mudado para o município de São Paulo.

Assim, com a mudança de domicílio, a competência para acompanhamento do caso sai de Taboão da Serra, passando para a capital, para onde o procedimento instaurado na Promotoria de Justiça é encaminhado.

**AVALIAÇÃO NO CAPSI**
No dia 9 de março, mãe e filho são avaliados pela equipe multiprofissional de saúde mental do CAPSi. Após a avaliação, a equipe percebe a necessidade para consulta com psiquiatra. Esse atendimento é agendado para o dia seguinte, mas a mãe e o jovem não vão à consulta.

**CONSELHO TUTELAR**
No dia 17 de março, uma equipe do Conselho Tutelar entra em contato com o jovem e a família. A mãe diz ter compromissos profissionais. Na mesma semana, o serviço entra em contato com a família e realiza um novo agendamento.

**BRIGAS NA ESCOLA**
Menos de 20 dias após voltar à antiga escola, o adolescente se envolve em ao menos uma agressão e uma briga.

Na quinta-feira (23), ele dá um soco no rosto de um aluno dois anos mais novo. Chamado pela direção da escola, ele diz que estava "com raiva e precisava desestressar".

Na sexta (24), ele briga com um colega da sala, é apartado por outros alunos e pela professora Elisabeth Tenreiro, 71. O autor dos ataques teria feito ofensas racistas a um colega de sala, dando início à briga. Ele afirma que "vai ter volta".

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