o abandono do quadro demonstra a preocupação dos vereadores com a cultura, educação, saúde.

Na semana passada eu me lembrei do nosso esquecido Salles Dounner, o nosso muralista de tanto talento e do mesmo destino de um van Gogh, pintor e moralista, sim, o nosso Rivera, o nosso Siquero, nosso Orosco, o nosso revolucionário que panfletava com seus pincéis a inigualável miséria humana. Quando eu passo pela esquina da Monsenhor Rosa com a Alcina Conrado meus olhos procuram, em vão, por uma obra de arte que o nosso Dalí deixou murada naquela esquina, herdou de seu riquíssimo acervo pictórico uma imagem de destruição e caos, um pernilongo pousado sobre um galho em meio ao caos que caminhamos como destino. E algo assim tbm estava escrito nessa obra (sic): quando vejo o resultado das minhas obras me dou conta da miséria em que vivo\". Uma vez vez, acho quem em 1982, eu o vi pintar um mural na faculdade Unifram, bebia juribeba, tremia, fumava, pintava, tentei conversar com ele, não me deu atenção, estava em transe, recebia uma divindade a a escrevia em cores, formas, em espírito que só via quem o via pintar. Onde estão essas obras??, todas destruídas, perdulários que somos dos nossos mais talentosos espíritos humanos. Se ninguém quiser essa obra, eu quero, ficará na minha casa em um lugar de honra e prestígio, testemunha da iniquidade da sociedade que nunca reconheceu o valor de um Salles Dounner.

É a cara de um legislativo formada por pastores, militares e bolsonaristas.

Infelizmente essa situação representa muito bem a organização cultural da cidade