FALTA DE VAGAS

Bebês esperam até 5 dias por vaga, e mães vivem drama no PS Infantil: 'Meu coração dói'

Sofia Lopes Almeida, de 2 meses, está há 5 dias no pronto-socorro aguardando vaga em hospital. Segundo a Prefeitura, 7 crianças estão esperando, improvisadamente, transferência.

Por Pedro Baccelli | 09/03/2023 | Tempo de leitura: 3 min
da Redação
Sampi/Franca

WhatsApp/GCN

Bebê de 2 meses está internada provisoriamente no PS, sem vaga em um hospital
Bebê de 2 meses está internada provisoriamente no PS, sem vaga em um hospital

“O meu coração dói. Se eu pudesse passar tudo que ela está sentindo para mim, eu passaria. São noites e noites sem dormir, com ela aqui. Lutando pela melhora dela. Conforme vai passando, parece que só vai piorando e a gente fica aqui sem saber o que fazer”.

As palavras de Fabiana Faria Lopes, de 25 anos, descrevem o sofrimento vivido pelas mães no Pronto-socorro “Dr. Magid Bachur Filho”. Segundo a Prefeitura de Franca, sete crianças estão esperando, improvisadamente, transferência para hospitais públicos nesta quarta-feira, 9.

Uma dessas crianças é a pequena Sofia Lopes Almeida, de 2 meses, que está há cinco dias no pronto-socorro aguardando vaga. Fabiana explica que a filha está com bronquiolite e os sintomas estão se agravando com o passar das horas.

“Ela está no oxigênio 24 horas, ela não consegue ficar sem – está dependente dele. Toda vez que tentam tirar o oxigênio a saturação dela cai. Ela está com crise de tosse. Ela tosse muito que chega quase a engasgar e não consegue dormir direito”.

A vendedora diz que está lotada a área interna do hospital. “Ela precisa ir para a Santa Casa, porque ela precisa passar com um fisioterapeuta para ajudar a retirar essa secreção que está dentro dela. Só assim ela vai conseguir sair do oxigênio”.

“Passo as noites e os dias (aqui). Só vem alguém para eu poder ir tomar banho. Tenho duas crianças em casa, uma de 4 anos e outra de 1 ano, que estão longe de mim, não vejo desde sábado. É muito revoltante, porque estou morrendo de saudade deles”, completa.

Não é a única
A coladeira Gabrielle Silva Ribeiro, de 23 anos, vive drama semelhante. Após idas e voltas do pronto-socorro desde o último sábado, 4, seu filho Matheus Machado Silva, de 11 meses, foi internado nessa quarta-feira, 8, por volta das 11 horas.

“Ele não mama e não come, só chora. Ele tosse tanto que começa a espumar a boca. Ele arranca os aparelhos. De madrugada, elas tiraram o aparelho para ele poder andar um pouco e ver se melhora. Na hora, caiu a saturação dele e teve que voltar para o oxigênio. Está com muita secreção”.

Além de outras crianças conseguirem vagas primeiro, alegação feita por ambas as mães, a falta de resposta dos órgãos de Saúde incomoda. “Só falam que depende da Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde). Não tem nem notícia de quando libera a vaga”.

Gabrielle dispara contras as autoridades públicas. “Está uma b**** essa saúde de Franca. Ele estava doente uns tempos atrás e vim para cá. Precisei pagar uma consulta para ver o que ele tinha. Já é a terceira crise dele. Falam que na quarta vira bronquite”.

43 pessoas esperando internação
O drama de falta de vagas se arrasta pelas demais unidades de saúde de Franca. Além das 7 crianças no PSI, segundo a Prefeitura, 6 pessoas aguardam na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Anita; 8 na Upa do Aeroporto; e 22 no Pronto-socorro “Dr. Álvaro Azzuz”. Quando colocado no papel, 43 pessoas estão inseridas na Cross nesta quinta-feira, 9.

Secretaria Estadual de Saúde
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que uma transferência não depende unicamente de disponibilidade de vagas. É necessário que o paciente esteja estável para que o deslocamento para outra unidade de saúde não ofereça riscos.

“A Cross possui um sistema on-line que funciona 24 horas por dia e busca vagas disponíveis em diversas unidades de saúde (não apenas nos hospitais estaduais) na região de origem do paciente e com disponibilidade e capacidade para atender cada caso, priorizando os mais graves e urgentes”.

A Secretaria ressalta que a central é apenas um serviço intermediário entre os serviços de origem e de referência. “Seu papel não é criar leitos, mas auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo e apto a cuidar do caso”, finaliza.

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1 COMENTÁRIOS

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  • Vergonha
    09/03/2023
    Eu tenho vergonha da resposta dessa secretaria estadual de saúde. esse governador é uma vergonha