2024

Suéllen no PSD, Augusto pré-candidato e Raul na Assembleia antecipam 2024

Prefeita deixou o PSC e se filiou ao PSD; um dia depois, PL lançou deputado federal Capitão Augusto na pré-campanha

Por André Fleury Moraes | 31/01/2023 | Tempo de leitura: 4 min
da Redação

Divulgação

Suéllen (PSD) durante reunião com Kassab: encontro selou filiação da mandatária à legenda; foto do pré-candidato à Prefeitura de Bauru Capitão Augusto no final
Suéllen (PSD) durante reunião com Kassab: encontro selou filiação da mandatária à legenda; foto do pré-candidato à Prefeitura de Bauru Capitão Augusto no final

No que pode ser considerado o final de semana mais movimentado da política de Bauru em 2023, a prefeita Suéllen Rosim deixou o PSC para se filiar ao PSD de Gilberto Kassab e, um dia depois, o Partido Liberal (PL) apresentou o deputado federal Capitão Augusto como um possível nome para a disputa eleitoral de 2024. As informações foram divulgadas em primeira mão pelo JC/JCNET e o programa Café com Política.

Os dois episódios aconteceram na sexta e no sábado (28), respectivamente, e, na prática, trazem a público o que já ocorria gabinetes adentro: a batalha pela sucessão municipal já começou. Isso inclui também os planos de Raul Gonçalves Paula (Podemos), que terá um mandato de 42 dias na Assembleia Legislativa (leia na pág. 4), e outros pré-candidatos já lançados.

A nova mudança partidária de Suéllen - a 3ª legenda da prefeita em 2 anos de mandato - pegou alguns observadores da política local de surpresa. Colegas da prefeita acreditavam que a filiação ao Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas, seria o caminho natural à mandatária. Não foi bem assim.

O próprio anúncio do PL lançando Capitão Augusto foi visto como uma reação à movimentação de Suéllen, embora o PL já articulasse desde antes o lançamento de um nome à sucessão em Bauru. O JC apurou que a prefeita chegou a procurar o deputado para sondar um eventual apoio e ouviu que a legenda aposta num nome próprio para a chapa. Há quem diga que o nome do deputado tenha sido um balão de ensaio. Mas é impossível dizer que a informação de que o parlamentar é um virtual candidato a prefeito não movimentou a política local. A filiação de Suéllen ao PSD, dizem interlocutores, dificultou a possibilidade de uma eventual composição entre a prefeita e o parlamentar. A possível entrada de Augusto na disputa acirra também a divisão entre o eleitorado conservador de Bauru.

O deputado discorda: ontem, ao programa Cidade 360° - uma parceria do JC com a 96FM -, ele disse que sua possível candidatura significa "uma chance a mais" para que o município tenha um chefe do Executivo alinhado à direita. A aposta da legenda para São Paulo, afirmou Capitão Augusto, é viabilizar uma candidatura em cidades estratégicas do Estado - cenário em que Bauru se inclui.

NEGOCIAÇÃO

Aliados de Suéllen afirmam que ainda é cedo para avaliar os próximos capítulos após a filiação ao PSD. A mudança de partido, dizem colegas da prefeita, vai trazer ônus e bônus à mandatária. Inclusive, há um mal-estar em relação ao presidente do PSD local, vereador Junior Rodrigues (presidente da Câmara). Ninguém sabe, porém, o teor das primeiras consequências a serem sentidas. O pai de Suéllen, Dozimar Rosim, acompanhou a filha na mudança de partido e se filiou ao PSD. Já Lúcia Rosim, mãe da prefeita, permanece na antiga legenda.

A relação que Suéllen manteve com partidos desde que assumiu incomoda agentes da política local. O desconforto se deve ao fato de que a prefeita praticamente "tomou" as legendas por onde passou.

A ideia de que a mandatária pode fazer o mesmo com o PSD ainda é prematura, afirmam pessoas próximas à prefeita. Até porque há um custo político relativamente alto envolvido nisso: o partido de Gilberto Kassab está hoje sob a direção de Júnior Rodrigues.

Júnior e Suéllen ainda não conversaram desde que a prefeita selou o casamento com o PSD de Kassab. Ao JC, pessoas próximas a Suéllen disseram, em caráter reservado, que assumir a legenda é um risco que não compensaria.

Até porque a boa relação que a prefeita mantém com setores antes desafetos da administração se deve, em muitos aspectos, ao atual presidente da Câmara - que fazia não só as pontes entre a Câmara e o Palácio das Cerejeiras, mas também com o empresariado e demais agentes da vida pública.

MOVIMENTO DE RAUL

Enquanto Suéllen e o PL digladiam publicamente, demais legendas de Bauru seguem desenhando possibilidades para 2024. O médico e ex-vereador Raul Paula, por exemplo, deixou claro no último Café com Política (sexta passada) seu desejo de ser novamente candidato a prefeito.

Rodrigo Agostinho (PSB), por sua vez, é frequentemente acionado para voltar ao cenário político local. O capital político de seu nome como presidente do Ibama, porém, ainda é uma incógnita para partidos de Bauru. Já o PT, que não descarta uma "frente ampla", tem em Jorge Moura e Estela Almagro pré-candidatos possíveis, preenchendo, momentaneamente, o campo de centro-esquerda.

Enquanto isso tudo acontecia no final de semana, antes já havia outros pré-candidatos colocados no tabuleiro da sucessão, tais como Carlos Braga (PP), Rodrigo Mandaliti (MDB), Izzo Filho, Coronel Meira (União) e Marcos Bilancieri (Republicanos).

O deputado federal Capitão Augusto (PL), cuja pré-candidatura à Prefeitura de Bauru acaba de ser lançada (crédito: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)
O deputado federal Capitão Augusto (PL), cuja pré-candidatura à Prefeitura de Bauru acaba de ser lançada (crédito: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

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