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LUTO
Morre Bettina Orrico, precursora do jornalismo gastronômico no Brasil
Formada na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, ela começou, em 1974, a trabalhar como estilista de culinária na editora Abril
Por Marília Miragaia | 30/01/2023 | Tempo de leitura: 1 min
da Folhapress
Reprodução/Facebook/Elisabetta Orrico
Morreu neste domingo (29) Bettina Orrico, culinarista e uma das precursoras do jornalismo gastronômico no Brasil, aos 89 anos.
Formada na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, ela começou, em 1974, a trabalhar como estilista de culinária na editora Abril, que havia inaugurado um estúdio e uma cozinha experimental para testar receitas. Antes disso, Bettina havia passado três anos na Europa dedicando-se ao estudo de pintura em países como Itália, Portugal e Suíça -onde também aprendeu sobre comida.
De produtora de fotos de pratos, Bettina começou a tomar conta da cozinha durante os testes, depois a criar receitas, até que se tornou consultora gastronômica da revista Cláudia, explica ela em um vídeo publicado em 2016 no Youtube que presta homenagem a mais de quatro décadas de trabalho na área.
Suas receitas são conhecidas por leitores pela eficácia, didatismo e padronização, que ela creditava ao processo de testes aos quais eram submetidas.
"A Bettina tornou acessível a cozinha que antes era de grandes chefs de forma simples e fácil", afirma a chef e pesquisadora Ana Luiza Trajano no mesmo vídeo.
Mara Salles, chef do restaurante Tordesilhas, também dá seu depoimento na gravação, em que afirma que Bettina "abriu o caminho para a desmistificação da cozinha brasileira".
"Ela abriu caminho quando não teve medo nem vergonha de falar dos nossos pratos como eles são. E aí um monte de gente veio seguindo essa trilha", completa Mara, uma das referências no cenário da cozinha nacional.
Pesquisadora de gastronomia, Bettina também deu aulas de culinária e escreveu livros. Nascida Elisabetta Luzia Robatto Orrico em Salvador, teve entre as publicações "Os Jantares que Não Dei" (ed. BE?; 2009; 172 págs.), em que elaborou menus imaginários dedicados a personalidades para quem gostaria de cozinhar, como Oscar Niemeyer (1907-2012), Chico Buarque e Tomie Ohtake (1913-2015).
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