NOSSAS LETRAS

Os inimigos da Teoria da Evolução

Foi publicado um interessante estudo que mostra que não é a religião que é contra a Teoria da Evolução. Leia o artigo de Mário Eugênio Saturno.

Por Mário Eugênio Saturno | 28/01/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para o GCN

Foi publicado um interessante estudo que mostra que não é a religião que é contra a Teoria da Evolução. O estudo "Acceptance of evolution by high school students: Is religion the key factor?" foi liderado pela pesquisadora Graciela da Silva Oliveira e publicado no Plus One de setembro.

A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), no Brasil, e da Universidade de Trento, na Itália e procurou avaliar a influência na compreensão e aceitação da Teoria da Evolução por alunos do ensino médio, de 14 a 16 anos, brasileiros e italianos, de diversos meios sociais e culturais como religião, nacionalidade, percepções de ciência e renda familiar. O estudo envolveu 5.500 estudantes.

Os cientistas avaliaram respostas às afirmações:
1) A formação do nosso planeta ocorreu há cerca de 4,5 bilhões de anos;
2) Fósseis são evidências de seres vivos que viveram no passado;
3) As espécies atuais de animais e plantas originaram-se de outras espécies do passado;
4) A evolução ocorre tanto em plantas quanto em animais;
5) Os humanos são descendentes de outras espécies de primatas;
6) A espécie humana habitou o planeta Terra nos últimos 100.000 anos;
7) Diferentes organismos podem ter um ancestral comum;
8) Os primeiros humanos foram presas de dinossauros carnívoros.

Entre os brasileiros, 12% dos estudantes declararam não seguir nenhuma religião, 56% de católicos, 21% pentecostais, 10% evangélicos missionários (6% de batistas e 2% de adventistas do sétimo dia. O número de cristãos ortodoxos, luteranos e anglicanos totalizou menos de 1%.

Entre os italianos, 67% dos alunos eram católicos e 22% não seguiam nenhuma religião ou filosofia transcendente. 3% eram outros cristãos e 3,5% de outras religiões. Portanto, o número total de católicos em nossa amostra dos dois países foi muito alto, chegando a mais de 3.000 casos válidos.

Entre os católicos romanos, "humanos descendem de outras espécies" teve alta aceitação (84,7%) e baixa rejeição (5,9%) entre os italianos, enquanto no Brasil a aceitação foi de 48,5% e rejeição de 21,5%, mais próximos das outras denominações cristãs.

A compreensão do tempo geológico também foi muito diferente entre católicos italianos e brasileiros, que é pior e no mesmo nível das denominações cristãs no Brasil. Os católicos italianos tiveram maior aceitação e maior compreensão da evolução do que os brasileiros. Outras pesquisas já haviam mostrado que universitários brasileiros católicos e evangélicos tinham baixos níveis de conhecimento sobre a evolução. Em outras palavras, precisamos de melhores professores de Ciência na escola pública e particular.

Não custa lembrar que a (1) Igreja Católica não é criacionista e permite aceitar a Teoria da Evolução desde 1950 quando o Papa Pio XII escreveu a Encíclica Humani Generis, para combater as falsas ideias que ameaçavam a Igreja; (2) o Evolucionismo só ganhou força quando foram descobertos os estudos com as ervilhas do frade Gregory Mendel; (3) a Teoria do Big Bang foi formulada por um padre católico e ganhador de um Nobel, Georges Lemaitre.

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