Um esquema com proporções interestaduais envolvendo a produção e venda de produtos que seriam “cópias” da L’Oreal foi desmantelado na zona leste de Franca. Ontem, no Jardim Paulistano, a fábrica de cosméticos Kloss Shine, do empresário Sidney Torralbo Galhardo, foi revistada pela Polícia Civil, que apreendeu várias caixas com shampoos e condicionadores prontos para serem despachados para os estados de Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo.
A suspeita de que uma indústria estaria falsificando a linha profissional dos produtos partiu da própria L’Oreal. Após diversas reclamações feitas no SAC (Sistema de Atendimento ao Consumidor) por clientes que apresentaram problemas nos cabelos, os responsáveis, oriundos do Rio de Janeiro, contataram escritórios de advocacia e a polícia de Franca.
Com uma representação, a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) iniciou as investigações em quatro lugares apontados pela empresa como possíveis falsificadores dos produtos. Inspeções foram realizadas, mas apenas no estabelecimento de Galhardo foram encontrados funcionários trabalhando e itens fabricados com uma fórmula modificada da L’Oreal sendo comercializada como tal.
Entre os produtos apreendidos, estavam quase 160 caixas contendo seis frascos de shampoos e condicionadores; 26 mil tampas, 80 embalagens vazias, etiquetas e códigos de barras. Indagado a respeito, o empresário confirmou que fabricava os cosméticos falsificados (veja entrevista nesta página). “Ele usava um produto original como base para produzir os outros e comercializar até pela metade do preço”, disse o delegado Márcio Murari.
O homem apontado por Galhardo como o químico responsável, Maicon Douglas Leonce Machado, não foi encontrado na empresa no momento da apreensão. Seu RG foi recolhido junto com os produtos, bem como gravações de imagens do circuito interno de segurança da fábrica, notas fiscais e anotações diversas.
Assim como a Polícia Civil, peritos do IC (Instituto de Criminalística) estiveram no local, fizeram os levantamentos de praxe e recolheram amostras que deverão constatar se os produtos realmente são falsificados e identificar seus componentes. Um laudo deverá ser expedido em, no máximo, 30 dias.
“A partir disso, as providências cabíveis serão tomadas. O empresário e o químico, inicialmente, responderão em liberdade pelo crime de falsificação de cosméticos, que pode chegar a 15 anos de detenção”, afirmou Murari.
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