06 de dezembro de 2025
POLÍTICA

Flávio Paradella: A liderança de Campinas no saneamento

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/PMC
Cidade lidera o ranking nacional do Instituto Trata Brasil após investimentos bilionários da Sanasa e redução recorde nas perdas de água.

Campinas alcançou um feito notável: conquistou o primeiro lugar no Ranking de Saneamento 2025, elaborado pelo Instituto Trata Brasil. O estudo, que analisa os 100 maiores municípios do país com base em critérios como acesso à água, tratamento de esgoto, eficiência operacional e volume de investimentos, marca não apenas um avanço técnico — mas também simbólico — para a cidade e, especialmente, para a Sanasa, empresa municipal responsável pelos serviços.

A vitória é emblemática. Campinas saiu da 24ª colocação em 2022, diga-se de passagem, uma boa posição, para o topo do ranking em três anos, desbancando concorrentes de peso e reafirmando a excelência de um serviço tão essencial quanto invisível ao olhar cotidiano. Água potável, esgoto tratado, perdas controladas: conquistas técnicas, de alto custo, mas que mudam silenciosamente a qualidade de vida de milhões de pessoas.

A Sanasa afirma ter investido mais de R$ 1 bilhão desde 2021, com ações como a construção de 20 reservatórios, que elevaram a capacidade de armazenamento da cidade para 196 milhões de litros, permitindo suporte de até 20 horas em situações críticas. Também substituiu 473 quilômetros de redes antigas por tubulações de alta densidade, o que reduziu o índice de perdas para 18,02% — um dos melhores do país. Como resultado, entre 2021 e 2024, foram economizados 3 bilhões de litros de água, o equivalente ao consumo anual de uma cidade com 50 mil habitantes.

Mas além dos números, o ranking também representa uma reconstrução de imagem institucional. A Sanasa, que no início da década passada foi vilipendiada com o maior escândalo de corrupção da história de Campinas, volta agora às manchetes por mérito técnico. Uma reabilitação rara e valiosa no cenário das empresas públicas brasileiras, tão frequentemente marcadas por recorrente ineficiência ou desvios.

Claro que ainda há gargalos. As áreas periféricas da cidade ainda enfrentam desafios no atendimento pleno dos serviços, e a universalização continua sendo uma meta — não um ponto de chegada. Mas o atual momento mostra que há, sim, um rumo técnico e estratégico sendo perseguido, ainda que distante do glamour de outras obras visíveis.

Enquanto isso, o ranking também evidencia as desigualdades nacionais no setor: dos 100 maiores municípios, apenas 12 investem acima do valor considerado ideal por habitante (R$ 223,82/ano), segundo o Plano Nacional de Saneamento. Os 20 piores aplicam, em média, R$ 78,40 — uma defasagem de 65%. Em Rio Branco (AC), esse valor despenca para R$ 8,09 por habitante/ano.

Campinas, portanto, não apenas venceu uma disputa técnica. Ela demonstrou que o investimento correto, aliado à boa gestão, pode — e deve — gerar resultados mensuráveis, visíveis e sustentáveis. É uma conquista para comemorar e, mais ainda, para consolidar.

Mariana Conti na PGR


Divulgação/CMC

A vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas, protocolou na Procuradoria Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra o governador Tarcísio de Freitas e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O pedido tem como base suspeitas de articulações nacionais e internacionais para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de Estado.

Segundo a parlamentar, há indícios de que Eduardo Bolsonaro participou de tratativas com representantes do governo dos Estados Unidos, o que teria culminado no anúncio de uma tarifa de 50% a produtos brasileiros, medida atribuída à retaliação pelo processo judicial contra Bolsonaro.

A vereadora ainda quer a apuração de que o governador Tarcísio de Freitas teria procurado ministros do STF para discutir uma possível saída do país por parte de Bolsonaro, em suposta tentativa de interferir no andamento do julgamento. A denúncia destaca que essas movimentações comprometem a soberania nacional e violam a independência entre os poderes.

No ofício enviado à PGR, Mariana Conti pede que sejam apuradas possíveis tentativas de coação no curso do processo, o que configura crime previsto no Código Penal. A vereadora afirma que o caso ultrapassa o debate político e atinge o núcleo da legalidade institucional brasileira.