A criança de 6 anos atacada por três cachorros no Jardim Alvorada, zona sul de Franca, nesta terça-feira, 17, já está em casa se recuperando dos ferimentos e recebendo medicamentos contra raiva. No entanto, os pais da menina e moradores da região estão revoltados e pedem providências urgentes aos órgãos competentes para o recolhimento dos animais, que ficam soltos na rua Zeferina Simões, perambulando pelo bairro.
A família da criança mora a cerca de 100 metros da residência de um morador que alimenta os cães de grande porte. Nesta quarta-feira, 18, o pai da vítima, Egnaldo Borges de Oliveira, montador de estruturas, contou que precisou da ajuda de um sobrinho para salvar sua filha.
"Se não fosse eu, sem dúvida minha filha não teria resistido, porque foram três cachorros atacando. Se meu sobrinho não tivesse chegado na hora para me ajudar, eu não conseguiria, porque eles são grandes", relatou Egnaldo.
A criança foi mordida nos braços, pernas e bumbum. Após o ataque, ela foi socorrida e levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Aeroporto, onde recebeu a vacina contra a raiva. A menina ainda precisará tomar mais três doses do medicamento.
Egnaldo descreveu o momento de desespero ao retirar os cães de cima da filha, que gritava muito. "Eles não a mataram porque eu cheguei na hora. Meu sobrinho também ajudou. Mais um minuto sem nenhum adulto perto e eles a teriam matado. Quando ela caiu ao chão, os cães continuaram atacando, são grandes."
O pai também relatou que ataques semelhantes são recorrentes no bairro, protagonizados pelos mesmos cães, que já atacaram outra filha sua, de 11 anos. “Alguém precisa retirar esses cachorros da rua. Será que vão esperar o pior, alguém morrer? Se eu não tivesse chegado a tempo, minha filha seria uma vítima fatal. Esses cachorros precisam ser recolhidos e observados também", cobrou Egnaldo, que mora no bairro há mais de dois anos. “Queremos uma resposta, uma solução, já que a gente não pode fazer nada com esses cachorros.”
A reportagem procurou a Prefeitura para saber quais providências podem ser tomadas em relação ao recolhimento dos cães. Em nota, a administração respondeu: “O Canil Municipal informa que o animal reconhecido como 'comunitário' será recolhido para fins de esterilização, registro e devolução à comunidade de origem, após identificação e assinatura de termo de compromisso de seu cuidador principal. Não compete ao Canil Municipal acolher animais em situações que não sejam de maus-tratos.”
Os cachorros que atacaram a criança e vêm causando pavor aos moradores do Jardim Alvorada permaneciam no local do ataque até esta quarta-feira, 18.