A disputa pela presidência da Câmara segue sem uma pacificação em torno de um nome. O tempo está passando, e o Quarto Andar ainda não conseguiu acalmar os ânimos mais exaltados dentro da própria base, que discute a possibilidade de um candidato alternativo a Luiz Rossini (Republicanos), atual presidente da Casa.
Como já mencionei anteriormente, a candidatura de Rossini é uma situação natural, considerando sua longa trajetória política e os caminhos que percorreu recentemente, como líder de governo e presidente da Câmara após a turbulência causada pelo caso Zé Carlos.
No entanto, uma parcela da base não vê essa candidatura com tanta naturalidade, especialmente devido ao crescimento do PL. O partido empatou em número de vereadores para a próxima legislatura com o Republicanos, partido do prefeito Dário Saadi, e o PSB, liderado pelo vice-prefeito Wandão, que manteve hegemonia por mais de uma década. Nesse cenário, também entram o Podemos, com três parlamentares, e o fragmentado União Brasil.
Esse grupo é responsável pelas maiores articulações e cria dificuldades para o gabinete do prefeito ao tentar montar um quebra-cabeça político com tantas peças para acomodar.
Nos bastidores, o nome de Rodrigo da Farmadic (União Brasil) desponta como um potencial candidato à presidência do legislativo. Rodrigo é aliado do governo e, apesar de alguns desentendimentos no início do ano, manteve-se fiel a Dário Saadi durante todo o período eleitoral, mesmo enfrentando o imbróglio em que sua sigla, contrariando a executiva municipal, apoiou Rafa Zimbaldi (Cidadania).
Reeleito como o quarto vereador mais votado, Rodrigo é visto como uma figura importante para a campanha vitoriosa de reeleição de Dário. No entanto, a mesma lealdade é destacada no caso de Rossini, que deixou o PV — após a federação da sigla com o PT — para ingressar no Republicanos. Esse movimento gerou dúvidas iniciais sobre sua reeleição em outubro, mas Rossini arriscou e teve sucesso.
Diante desse cenário, o Palácio dos Jequitibás segue negociando para atender as demandas dos aliados. Uma solução ventilada seria oferecer a Rodrigo da Farmadic um cargo que geralmente antecede a presidência: o de líder de governo. Porém, isso traz outro problema: como acomodar Paulo Haddad, atual líder?
Assim, o desafio político permanece. O quebra-cabeça tem muitas peças e ainda está longe de ser resolvido.
Na próxima quarta-feira, dia 27, a Câmara Municipal de Campinas realiza uma Audiência Pública para discutir mudanças no Instituto de Previdência Social do Município de Campinas, o Camprev.
O evento, que começa às 9h e será conduzido pela Comissão de Constituição e Legalidade, presidida pelo vereador Jorge Schneider, está aberto ao público a partir das 8h.
O principal ponto do Projeto de Lei Nº 80/2024, enviado pelo Executivo, é a ampliação do número de membros do Conselho Deliberativo do Camprev, que passará de 12 para 14.
A nova composição incluirá sete representantes eleitos pelos servidores (cinco dos ativos e dois dos inativos), quatro indicados pelo Executivo, dois pelo Legislativo, e um representante da sociedade civil convidado pelo Executivo.
De acordo com a Prefeitura, essas mudanças atendem a exigências de normativas federais para modernizar e melhorar a governança do regime previdenciário municipal. A audiência busca esclarecer dúvidas e ouvir sugestões da população e dos servidores sobre as propostas.
Aproveito este espaço para mandar um grande abraço e muita força ao vereador Marcelo Silva (PP), que perdeu, na última terça-feira, seu pai, Elvino Silva Neto, engenheiro, empresário e advogado.
Elvino tinha 74 anos e foi sepultado nesta quarta-feira, no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo.
Meus sentimentos ao vereador e a toda a família neste momento de dor.