16 de novembro de 2024
POLÍTICA

Flávio Paradella: O fim e novo começo para Gustavo Reis

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 5 min
Divulgação/Facebook
Gustavo ocupou por cinco vezes a posição de presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas

Prefeito eleito e reeleito, com três mandatos ao todo em Jaguariúna, Gustavo Reis (MDB) está na reta final de sua administração na cidade vizinha a Campinas. O pequeno município ganhou destaque regional com seu crescimento econômico e um parque fabril que reúne gigantes como Ambev, JBS e Sky, entre outras.

Como mencionei na coluna anterior, quando o tema era o prefeito eleito Davi Neto, a cidade de pequeno porte ganhou um protagonismo dentro do bloco regional, impulsionado pela atuação política do atual chefe do executivo, que foi além dos limites municipais. Gustavo ocupou por cinco vezes a posição de presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas, órgão que discute em conjunto os anseios dos 20 municípios do grupo.

Além disso, seu trânsito livre em diversos governos estaduais garantiu ao prefeito um status de influência. Em 2022, o nome de Gustavo Reis chegou a ser cogitado como potencial vice na chapa do então governador Rodrigo Garcia (à época no PSDB). A situação não vingou, e nem mesmo a candidatura à reeleição de Garcia foi bem-sucedida. Mesmo assim, dois anos depois, Gustavo mantém uma aliança com o atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Não podemos esquecer que Tarcísio foi o principal apoiador de Ricardo Nunes, do MDB, na capital paulista.

Em entrevista a este colunista na Rádio Transamérica Campinas, Gustavo Reis fez um balanço de seus anos à frente de Jaguariúna e acredita ter deixado um legado na educação infantil e na capacitação e formação profissional. Além disso, destacou a área da saúde, com a estruturação e manutenção de um hospital de referência municipal para uma cidade de 70 mil habitantes. “Essas foram duas conquistas que eu gostaria de elencar, que deixo como legado como prefeito da cidade de Jaguariúna, nesses oito anos consecutivos, além dos quatro anos no período de 2009 a 2012”, afirmou.

Mesmo com o protagonismo regional e uma administração com índices positivos, o prefeito não conseguiu construir um nome para ser seu sucessor na principal cadeira do executivo. O fato chamou a atenção, e o prefeito explicou sua visão. “Não é fácil criar lideranças. A liderança surge naturalmente, e as pessoas precisam se viabilizar para alcançar êxito na carreira política. Os exemplos mostram que sucessores têm que se viabilizar para que a sociedade encontre neles uma liderança. Essa transmissão automática do voto não é natural; ela precisa reunir alguns quesitos que o marketing político e que as pessoas esperam para se conectar com elas”, afirmou.

Nesta eleição, o prefeito viu seu antigo adversário de 2020, Davi Neto (PP), ser eleito para o mandato a partir de 1º de janeiro; porém, houve uma convergência de ideias, já que o vice de Davi será Valdir Parisi, que foi secretário de governo de Gustavo Reis durante oito anos.

E o futuro? Em tom bem-humorado, o prefeito disse que, a princípio, não sentirá falta das atribuições de comandar uma cidade. “Estou há oito anos sem ter final de semana, sem férias, sem um telefone que não toca no final de semana. São problemas de pandemia, epidemia, greve de caminhoneiros, excesso de água, enchente, falta de água, incêndio, violência nas escolas — tudo o que você possa imaginar. Então, não sei se vou sentir tanta falta assim”, disse.

Porém, Gustavo Reis não pretende deixar a política e almeja novos voos para 2026. “Estarei à disposição para contribuir, se necessário, com o nosso estado e com o nosso governador, mas isso é algo que deve acontecer de maneira natural. Em 2026, sim, temos um desafio eleitoral.” Gustavo Reis será candidato a deputado.

Sem surpresas

A Câmara de Campinas aprovou na noite desta quarta-feira (13), em primeira votação, o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2025, com um orçamento previsto de R$ 10,8 bilhões. A proposta passa agora para uma etapa de espera por duas reuniões ordinárias, período no qual podem ser protocoladas emendas. 

Posteriormente, o projeto seguirá para análise da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento, que poderá agendar uma nova audiência pública, se julgar necessário. A previsão é de que a LOA seja votada em segunda análise em dezembro, para então ser encaminhada ao prefeito para sanção.

Durante a votação, 21 vereadores manifestaram apoio à LOA, enquanto seis vereadores votaram contra: Gustavo Petta (PC do B), Paulo Bufalo e Mariana Conti (PSOL), além de Cecílio Santos, Guida Calixto e Paolla Miguel, do PT. Tudo dentro da expectativa.

Apoio à proibição de celulares

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta terça-feira (12) o projeto de lei 293/2024, que determina a proibição do uso de celulares por alunos em escolas públicas e privadas do estado. A proposta, que agora aguarda sanção do governador Tarcísio Gomes de Freitas, visa estabelecer uma medida de disciplina nas instituições de ensino, segundo o deputado Rafa Zimbaldi (Cidadania), que votou a favor do projeto.

Zimbaldi enfatizou que a iniciativa não deve ser interpretada como uma forma de censura, mas como uma medida para promover maior foco e disciplina nas atividades escolares, beneficiando o ambiente de aprendizado.

“O estudante precisa ter a vivência coletiva da hora do recreio; brincar e interagir com seus colegas, e precisa prestar atenção no que o professor está compartilhando em sala aula. A disciplina, nesses casos, é imprescindível. Não é censura”, disse Rafa.

Se sancionada, a medida afetará todas as escolas estaduais e particulares, que terão que reforçar a regulamentação do uso de dispositivos eletrônicos em sala de aula.

Fim de um ciclo...

Hoje, terminou meu ciclo com a Rádio Transamérica Campinas. A emissora me abriu as portas para o apaixonante mundo do rádio, uma das grandes paixões da minha vida.

Desde março, todos os dias a partir das 6h30, pude estar em contato novamente com o ouvinte. Ser esse elo entre o que acontece nas cidades é o que me move profissionalmente. Amo o imediatismo da plataforma.

Agradeço de coração a todo o pessoal da Transamérica pelo companheirismo e pela maravilhosa oportunidade. Menção especial a Hynajá Maito, Nando Rodrigues e ao meu companheiro de bancada e chefe, Daniel Lobinho.

Agora, vambora, vambora para um novo desafio profissional.