23 de novembro de 2024
POLÍTICA

Flávio Paradella: A desanimadora rotina da região central

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Apenas quatro projetos foram aprovados, um número considerado baixo para a proposta.

Apesar das divulgações otimistas da prefeitura, a chamada Lei do Retrofit não trouxe o impacto econômico esperado para o centro de Campinas. Instituída em 2022, a legislação oferece benefícios fiscais para incentivar empreendedores a revitalizarem imóveis no centro. No entanto, até o momento, apenas quatro projetos foram aprovados, um número considerado baixo para a proposta.

Entre as aprovações recentes está a reforma do prédio histórico do antigo Banco Campineiro, tombado pelo Patrimônio Histórico. Outro exemplo é o prédio em frente ao Largo do Rosário, que passou por revitalização e agora abriga os cartórios eleitorais. Ao lado, um imóvel reformado pela mesma lei receberá o 7º Cartório de Notas. No entanto, essas mudanças apenas transferem instituições já instaladas na região central, o que, na prática, não aumenta a circulação de novos consumidores ou empresas na área. A sensação é de ‘seis por meia dúzia’.

A iniciativa da prefeitura, idealizada para atrair empresas e gerar um fluxo constante no centro, parece estar longe de alcançar seu objetivo. A atual situação da região central enfrenta o desafio da descentralização econômica. A partir dos anos 2000, o hábito de lazer e consumo mudou para os shoppings, e hoje, com o crescimento do streaming e do e-commerce, as pessoas optam por sair de casa com menos frequência.

O centro de Campinas, ainda um polo econômico importante, carece de incentivos mais robustos e programas ousados para tornar a área atraente a novos empreendimentos e moradores. A permanência de empresas só será viável se houver um público rotineiro e um ambiente que ofereça segurança e qualidade de vida para quem ali reside. No entanto, atualmente, o centro é visto por muitos apenas como uma área de passagem, não um destino final.

Para transformar essa realidade, é preciso mais do que incentivos fiscais: eventos culturais, ações de segurança e planos de habitação acessível são fundamentais para revitalizar o centro e devolver à região o movimento e a vitalidade que a cidade já conheceu.

Happy Hour do orçamento

A Câmara Municipal de Campinas realiza, nesta sexta-feira (8), uma audiência pública para discutir o Projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, que prevê um orçamento de R$ 10,8 bilhões para o município. O evento, aberto ao público, terá início às 18h, mas os cidadãos poderão acessar o local a partir das 17h, pela portaria da Avenida da Saudade, 1004, no bairro Ponte Preta, para garantir maior comodidade e segurança aos participantes.

A LOA de 2025 prevê um aumento de 15,6% em relação ao orçamento atual, que é de R$ 9,3 bilhões. Os maiores investimentos estão destinados à Educação, que inclui a Fundação Municipal para Educação Comunitária (Fumec), com previsão de R$ 2,32 bilhões, seguida pela Saúde, que contará com R$ 2,27 bilhões, incluindo recursos para a Rede Mário Gatti.

Após a audiência, o projeto passará pela primeira votação de análise legal. Caso aprovado, ele aguardará duas sessões para receber emendas dos vereadores, incluindo as Emendas Impositivas (EIs), que destinam recursos específicos para ações escolhidas pelos 33 parlamentares. Em 2025, as EIs somarão R$ 105,2 milhões, com cada vereador podendo direcionar até R$ 3,18 milhões, sendo que metade desse valor deve ser obrigatoriamente aplicada em ações de Saúde Pública.

Protocolar

Semaninha protocolar na Câmara de Campinas, com os vereadores discutindo várias honrarias e projetos de lei sem grandes choques de ideias. As duas reuniões da semana foram rápidas e finalizadas em cerca de 1h30.