Na última semana, o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), acelerou o que sua própria gestão chamou de “Maratona de Leilões”, firmando acordos com a iniciativa privada envolvendo escolas, rodovias e a loteria estadual. Tarcísio foi eleito com essa plataforma e, durante seu período como ministro de Jair Bolsonaro, se notabilizou justamente por adotar essa medida em obras federais. Ou seja, não é surpresa que esteja levando ou retomando essa iniciativa agora no comando do Palácio dos Bandeirantes.
Porém, algo me chama a atenção. O governador tem índices de aprovação popular elevados em várias regiões do estado, o que fez com que candidatos se aproximassem dele durante as eleições, inclusive adversários que se enfrentaram no pleito, buscando associar suas imagens à de Tarcísio para tentar um impulso eleitoral.
Apesar dessa “volúpia” por Tarcísio e dos elogios entusiásticos ao seu estilo e medidas, não vejo nessas alianças uma verdadeira correspondência de gestão. Muitos se aproximam para tirar uma “casquinha” do prestígio do chefe do executivo estadual, mas quantos deles adotam iniciativas semelhantes?
A Região Metropolitana de Campinas terá 20 prefeitos que se dizem de centro ou de direita, mas nenhum deles defendeu um enxugamento das máquinas públicas municipais ou a concessão de serviços públicos à iniciativa privada, nos moldes de Tarcísio.
O governador vendeu a Sabesp. Você consegue imaginar seu companheiro de partido, Dário Saadi, prefeito reeleito de Campinas, defendendo a privatização da Sanasa? Ou qualquer outra empresa pública (Ceasa, IMA)? Uso Dário como exemplo, mas essa situação reflete o cenário geral entre os novos ou reeleitos prefeitos.
Outro exemplo é Franklin Duarte, eleito em Valinhos pelo PL com um discurso conservador, exaltando Bolsonaro e Tarcísio. No entanto, ele contestou uma medida da atual administração de sua adversária, Capitã Lucimara (PSD), que anunciou a abertura de capital do DAEV (serviço de abastecimento da cidade).
Na realidade, é inegável que hoje Tarcísio é o "queridinho" dos prefeitos e políticos regionais, exceto, claro, entre os da oposição. Mas não vejo uma simbiose de pensamentos, e sim uma pragmática tentativa de absorver benefícios. Na biologia, poderíamos classificar essa relação como comensalismo ou, em alguns casos, parasitismo.
A situação dos remanescentes do União Brasil, relatada na coluna anterior, tem um novo capítulo. Apesar do fim das eleições, a crise de gestão entre os diretórios estadual e municipal permanece e pode culminar na saída de um importante nome da legenda: o vereador reeleito Rodrigo da Farmadic.
Rumores indicam uma possível migração para o Podemos, que, dessa forma, se tornaria, de forma isolada, a quarta maior bancada da Câmara, com quatro vereadores.
Caso de infidelidade partidária? Conforme a resolução do TSE que trata do tema, considera-se justa causa para deixar um partido, entre outras possibilidades, a mudança substancial do partido ou o desvio reiterado do programa partidário.
Convenhamos que Farmadic e todos os colegas candidatos da legenda chegaram até os 47 minutos do segundo tempo da fase pré-eleitoral com a sigla defendendo o voto em Dário, mas, por uma intervenção da instância superior, tudo mudou.
Um grande amigo foi taxativo: “com um bom advogado, o vereador ganha”.
Nesta segunda-feira, às 10h, o prefeito de Campinas, Dário Saadi, recebe a Rainha Silvia e o Rei Carlos XVI Gustavo da Suécia para uma solenidade de assinatura do Protocolo de Intenções para a Implementação de Estratégias de Proteção Integral às Crianças e Adolescentes Vítimas e Testemunhas de Violência, com foco na violência sexual. O evento acontecerá no CEI Espaço do Amanhã Adriana Missae Momma, localizado no bairro Campo Florido II.
A cerimônia contará com a presença de autoridades como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, além de representantes de instituições como a Childhood Brasil, Fundação Feac, Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente e da Câmara Municipal de Campinas.
A Rainha Silvia, conhecida por seu trabalho em defesa dos direitos das crianças, tem uma ligação especial com o Brasil. Nascida em Heidelberg, na Alemanha, durante o período nazista, ela é filha de Alice Soares de Toledo, de uma família paulista, e do alemão Walther Sommerlath. Dos 4 aos 14 anos, viveu em São Paulo e estudou no Colégio Visconde de Porto Seguro, onde aprendeu a falar português fluentemente, mantendo, até hoje, uma forte ligação com a cultura brasileira.