28 de outubro de 2024
APÓS DUAS MORTES

Bauru: ato na Nações Unidas pede paz, justiça e fim da violência

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/redes sociais
Esta foi a quarta manifestação realizada desde a morte dos jovens

Na tarde deste domingo (27), familiares e amigos de Guilherme Alves Marques de Oliveira, 18 anos, e Luis Silvestre da Silva Neto, 21 anos, que morreram em uma ocorrência envolvendo policiais militares do 13.º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (13.º Baep), na noite do último dia 17, no Jardim Vitória, em Bauru, realizaram um ato na avenida Nações Unidas pedindo paz, justiça e o fim da violência.

Esta foi a quarta manifestação realizada desde a morte dos jovens. Com cartazes e bexigas nas mãos, e vestindo camisetas brancas, os organizadores, que receberam apoio de moradores de diversos bairros da cidade, se reuniram em uma praça no Jardim Vitória. Depois, caminharam pela Nações Unidas até o Parque Vitória Régia, onde fizeram um ato pedindo paz e cobrando justiça.

Guilherme e Luis morreram, segundo a Polícia Militar, porque trocaram tiros com PMs do 13º Baep em uma área de mata no Jardim Vitória. Os dois estavam próximos a um local de venda de drogas, quando teria chegado a polícia, e correram para o mato. As famílias dos dois negam que eles estivessem armados.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que PMs faziam uma operação na comunidade do Jardim Vitória quando foram surpreendidos por criminosos que atiraram contra a equipe. "Houve a intervenção e os suspeitos foram atingidos." As duas famílias negam a versão policial.

As mães dos dois jovens dizem que duas ambulâncias do Samu foram ao local, mas que os socorristas não tiveram autorização para ir até onde os seus filhos estavam caídos e foram embora. Na nota, a SSP afirma que o resgate foi acionado e constatou os óbitos no local.

Elas também alegam que não permitiram que elas chegassem até onde os corpos estavam. De acordo com a polícia, com os dois, foram localizadas porções de entorpecentes, que acabaram apreendidas, assim como as armas que eles usavam.

No dia 18, o velório dos dois foi marcado por uma confusão envolvendo familiares e amigos deles e policiais militares. Vídeos encaminhados à redação mostram policiais militares dentro da sala onde um dos corpos era velado, no Parque Primavera, com cassetetes em mãos, tentando deter o irmão de um dos jovens mortos, de 27 anos.

O jovem foi conduzido ao plantão policial, e liberado após o registro da ocorrência. A Polícia Militar instaurou um inquérito para apurar a conduta dos policiais envolvidos e adotar medidas cabíveis, diz a SSP. Um dos agentes foi afastado de suas funções. A Ouvidoria das polícias também abriu procedimento para acompanhar o caso.