22 de dezembro de 2024
FURACÃO

'Alívio’: família de turistas viaja aos EUA e encontra Milton

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 2 min

O que era para ser um passeio empolgante nos Estados Unidos, se tornou um momento de aflição e medo para a família de Benaya Rodrigues da Silva. Em viagem com o marido e a filha de cinco anos a Orlando, na Flórida, a família se deparou com o Furacão Milton e a força da tempestade que tocou o solo norte americano na última quinta-feira (10). Até agora, segundo as autoridades dos Estados Unidos, ao menos dez pessoas morreram em decorrência do desastre ambiental.

Benaya e família chegaram aos Estados Unidos no último sábado (5) para uma viagem que passaria por Orlando, Miami e Chicago. Os avisos de perigo do furacão começaram a se intensificar na região ainda na segunda-feira (7), com o risco do Milton chegar à região em grau cinco, o mais elevado na escala de risco dos furacões. Com o risco iminente, a família começou a se preparar. “Os americanos em si não se preocuparam tanto, eles já estão acostumados. Mas nós, que somos turistas, ficamos bastante assustados e nos orientaram a estocar comida, remédio, água, e deixar combustível no carro”, contou Benaya, que viveu em Piracicaba por 23 anos antes de se mudar para São Paulo.

Apesar da tensão, a família ainda conseguiu aproveitar alguns dias da viagem antes de se protegerem no hotel, aguardando o fim da tempestade. O momento mais crítico aconteceu entre a noite de quarta-feira (9) e a madrugada de quinta. “Foi bastante assustador. Começou uma ventania que ia e voltava e por volta da 1h30 começou o furacão, que foi até às 3h30 e depois voltou às 4h40 e ficou até às 7h20”, contou. “O vento era tão forte que não dava para ver, e também fomos orientados pelo hotel a não ficar próximo da janela e nem da porta, pois poderia quebrar”, disse.
Passada a tormenta e com a cidade já em segurança, a família conseguiu caminhar por Orlando. O clima, segundo Benaya, ainda era de vento forte e gelado, mas longe do que foi a noite anterior.

“Mais à tarde, saímos um pouco. Nas ruas já estavam tirando os galhos que caíram, lojas e restaurantes abertos e funcionando”, disse. “Quando pensamos em voltar para o Brasil, os voos já estavam todos cancelados. Mas, agora que não tem mais perigo, vamos continuar nossa estadia aqui até o dia 17 aí seguimos viagem para Miami, e depois Chicago”, afirmou. “O que passou na nossa cabeça depois do furacão, ainda mais tendo uma filha, é uma sensação de alívio e gratidão por não ter acontecido nada com nossas vidas. Estamos nos sentindo abençoados, para nós foi um milagre”, finalizou.