A intenção é passar confiança e firmeza, mas o prefeito Dário Saadi (Republicanos) tem demonstrado incômodo com a decisão judicial que cassou seu registro de candidatura por suposto abuso de poder político.
Dário concedeu sua primeira entrevista após a sentença da Justiça Eleitoral local nesta segunda-feira, à Rádio Bandeirantes de Campinas. Como era esperado, o assunto foi abordado logo no início. O candidato à reeleição tentou mostrar naturalidade e insistiu na narrativa de "tapetão do PT", apesar de a decisão ser da Justiça, ainda que provocada pelo Partido dos Trabalhadores.
Durante a entrevista, Saadi afirmou que trata o assunto com tranquilidade e acredita em uma reversão nas instâncias superiores, baseando-se em casos semelhantes pelo país. No entanto, para quem conhece o prefeito, o tom parecia de alguém desconfortável com a situação, e o encerramento da entrevista foi notável. O próprio prefeito voltou ao tema e mandou um recado ao eleitorado, alertando para "não ficar caindo em pegadinha eleitoral", o que, de certa forma, demonstrou que o assunto o afeta mais do que gostaria.
É evidente que a campanha precisa de uma resolução rápida para esse impasse. Embora o recurso suspenda temporariamente o efeito da decisão e a candidatura continue na disputa, o impacto foi perceptível. Muitos eleitores passaram o fim de semana questionando a real situação do prefeito, perguntando se ele estaria "fora da eleição".
Dário segue na corrida eleitoral, mas com a sombra de um ponto de interrogação que alimenta os adversários. Pedro Tourinho (PT) e outros candidatos de esquerda aproveitaram para divulgar amplamente a cassação do registro. Rafa Zimbaldi (Cidadania) começou a se referir a Dário como "prefeito cassado". O tamanho do estrago ainda é incerto, e todos aguardam as próximas pesquisas para avaliar o real impacto da decisão.
A campanha de Dário fomenta a tese do “desespero” da reta final, por sinal membros da chapa passaram a falar abertamente em possibilidade de vitória de primeiro turno e essa seria a suposta motivação para acionar a justiça e melar o jogo. Um “efeito Fluminense” para o torcedor, no caso aqui o eleitor, passe a criar uma antipatia por aquele que buscou uma alternativa fora da disputa convencional para mudar o resultado adverso. Porém, vale lembrar que por mais aversão que o Tricolor da Laranjeiras tenha absorvido, foi o adversário que realmente escalou um jogador irregular.
Em Hortolândia, a reta final trouxe antiga e contemporâneas táticas de desinformação. No final de semana, duas mulheres foram detidas com um jornal apócrifo com acusações contra o candidato a vice-prefeito, Cafu César (PSB), da chapa de Zezé Gomes (Republicanos). Essa tática é antiga. A campanha também anunciou que vai realizar 48 boletins de ocorrência contra uma tática mais nova, o conteúdo considerado ‘fake news’ nas redes sociais. A chapa afirmou que identificou os perfis e iria fazer o registro criminal nesta terça.