22 de dezembro de 2024
POLÍTICA

Flávio Paradella: A falta de informação em nome da lisura

Por Flávio Paradella | Especial para o Todo Dia Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Agência Brasil

Os vereadores de Campinas retomam as atividades das sessões ordinárias nesta segunda-feira, mas a ordem agora é de cautela devido à lei eleitoral. Nos meus anos de experiência na cobertura política e eleitoral, nunca tinha visto tamanho comedimento por parte de parlamentares, do executivo e de políticos em geral.

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O temor é que atos considerados por alguns como normais se tornem munição para outros, gerando interpretações contrárias e questionamentos de propaganda eleitoral antecipada e uso indevido. Vereadores, antes tão ávidos por espaço, hoje são orientados a negar entrevistas. Lembrando que, se for sobre atividade parlamentar, não há problema; o que não pode é falar de campanha. Mesmo assim, a preferência é por manter os pés no chão e tentar passar incólumes pelo período eleitoral, pois as polarizadas trincheiras esperam o deslize do lado antagônico para atacar. Além disso, há também um ávido, portentoso e cada vez mais poderoso Judiciário que provoca calafrios.

É algo tão absurdo que até os veículos oficiais também se calaram, com a justificativa de seguir a lei eleitoral. Um exemplo? O site da Câmara de Campinas, que de maneira inédita, pelo menos nestes quase 20 anos de jornalismo, decidiu parar de publicar as notícias do parlamento. Em outras eleições municipais, esta medida não foi tomada.

É bizarro. Você entra na página do legislativo e não há atualização, mas a comunicação dispara via WhatsApp as informações que estão no site, mas escondidas de quem não tem o link. Vai contra o princípio básico da publicidade do ato administrativo.

E não é um problema apenas do legislativo. O mesmo ordenamento atingiu o executivo. Sinceramente, eu não me lembro do portal da prefeitura de Campinas, em outras eleições, ter deixado de divulgar informações e realizar prestação de serviço. Aí você me pergunta, e as outras prefeituras de grandes cidades? Sim, também o fizeram. São Paulo e Rio de Janeiro estão "pianinho".

Eu sei que o motivo é diminuir a possível influência e uso de quem tem o cargo para se beneficiar no pleito, mas há de se encontrar um ponto de equilíbrio. Afinal, projetos seguem sendo protocolados, trabalhos seguem sendo realizados, reparos emergenciais precisam ser informados, e atualmente o que temos é uma censura, não há outra definição, em nome de uma suposta lisura do processo. Uma besteira.

Eu me recuso a achar a situação normal, mas alimentamos o monstro e até agora fingimos não perceber o quanto ele cresceu.

Convenções em Valinhos

Neste sábado, a cidade de Valinhos formaliza as candidaturas de três adversários em outubro. Pela manhã, a atual prefeita, Capitã Lucimara (PSD), formaliza a tentativa à reeleição em uma coligação que reúne PRD, PSB, Podemos e MDB.

Também pela manhã, Franklin (PL) faz a sua convenção para disputar a prefeitura e terá ao seu lado Republicanos, DC, PSDB e Cidadania.

Logo mais a tarde, a vez de Alexandre Tonetti (União Brasil) que tem coligação com PP, PDT, Agir, Solidariedade, Avante, PRTB e Mobiliza.

Steck se lança à reeleição

Em um encontro que reuniu mais de 1,5 mil pessoas, entre filiados, pré-candidatos e apoiadores, o PSD de Louveira confirmou, na última quinta-feira, 1º de agosto, a candidatura de Estanislau Steck à reeleição em Louveira. O atual prefeito manterá Ricardo Barbosa na aliança, como candidato a vice-prefeito.

Os quatro partidos que apoiam a candidatura de Estanislau Steck – PSD, Republicanos, PL e Podemos – terão, ao todo, 56 candidatos a vereador.