A reta final para as convenções partidárias em Campinas guardou um capítulo inesperado para agitar a semana. Os olhares estão voltados para qual será o destino do União Brasil municipal. Aos 40 do segundo tempo, a sigla, que parecia completamente acertada com Dário Saadi (Republicanos), pode mudar de time e ingressar no elenco de partidos que apoiam o rival, Rafa Zimbaldi (Cidadania).
O imbróglio não foi gerado pela executiva municipal, mas pelos anseios da cúpula estadual, com arrumações sendo realizadas pelo vereador paulistano Milton Leite, nome forte da legenda no estado, e seu filho, o deputado estadual Alexandre Leite. Um fato inesperado para os membros do União campineiro que integram o governo com cargos e a base do prefeito Dário na Câmara, com três vereadores: Rodrigo da Farmadic, Edison Ribeiro e Major Jaime, que recentemente migrou para o partido.
Por sinal, enquanto o comando do partido adotou cautela, publicando uma ata sem definições e sequer mencionando Dário em suas postagens nas redes sociais, mesmo com o partido realizando a convenção no mesmo espaço que o Republicanos e todas as outras legendas da coligação, o mesmo não se pode dizer dos parlamentares. Os três nomes do União Brasil na Câmara fizeram postagens e anunciaram publicamente o apoio à reeleição do atual prefeito.
Vale lembrar que o presidente do partido em Campinas, Valter Greve, é presidente da CEASA. O vice da legenda, Fernando de Caires, é secretário de Transportes. Outro membro importante é Vinicius Riverette, presidente da EMDEC. O União ocupa cargos nobres na administração Dário, com nomes que estão na prefeitura desde o governo Jonas (Greve e Riverette).
Convenhamos, a executiva municipal não está nem um pouco confortável com uma possível reviravolta e dialoga com a cúpula estadual no aguardo de um desfecho “favorável”, pois a situação coloca um ponto de interrogação no futuro político individual dos mencionados.
Outro fato é que, para Rafa, não interessam os nomes neste momento, mas sim o ganho eleitoral de trazer para o seu lado o tempo de televisão e o fundo partidário do União Brasil. Enquanto isso, ficaremos no aguardo dos próximos capítulos.
Impossível não lembrar que, em fevereiro, o vereador Rodrigo da Farmadic, justamente do União Brasil, teve arroubos rebeldes na Câmara de Campinas e 'cuspiu marimbondos' na administração por estar descontente com a falta de atendimento a seus pedidos. Naquele momento, o parlamentar estava tão frustrado que chegou a ameaçar uma revisão no apoio à reeleição. “Nós temos autonomia. Nosso compromisso vence em agosto, com as convenções. Dali em diante a gente vê e escolhe melhor a decisão que a gente vai tomar”, afirmou Farmadic na ocasião.
Pois bem, não é que o partido chegou realmente aos momentos finais dos ritos convencionais exatamente com esta discussão. Por outros motivos, claro, mas que "boca" teve Rodrigo.
Também não tem como não lembrar que, na reta final das definições em 2020, quem abandonou o barco foi o PSDB. A situação não é igual, mas não deixa de ser curiosa, né? Na eleição passada, o PSDB, ainda nas mãos de Carlos Sampaio, deixou de apoiar o sucessor de Jonas Donizette (Dário) e apostou as fichas em Rafa Zimbaldi, então no PL, e ainda indicou o nome para vice, Anna Bê, esposa de Carlão.
A reação de Jonas foi imediata, com a exoneração de secretários e pessoas ligadas aos tucanos. Os então vereadores do PSDB não gostaram da mudança e permaneceram na embarcação jonista, que conseguiu levar Dário ao Palácio do Jequitibás.
Esta terça-feira amanheceu nublada e fria, como se fosse um cenário para uma despedida. O adeus realmente ocorreu. Neste dia 30 de julho, Dona Zilda Pedroso nos deixou. Foram 100 anos de vida com uma história belíssima por Campinas e pela comunicação, primeiro com a Rádio Cultura e depois com a CBN Campinas. Uma apaixonada pelo rádio.
Um abraço bem apertado para toda a família e um especial beijo no coração de Sandra, a filha, e Daniela, a neta. Muito amor por vocês.