27 de julho de 2024
EM JUNDIAÍ

Queimadas acumulam prejuízos, da saúde ao trânsito

Por Nathália Souza |
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Os incêndios em beiras de rodovias acabam causando interdições das vias, por causa da baixa visibilidade de motoristas com a fumaça

O cheiro de queimado chega junto à fuligem no ar, logo as vias aéreas ficam irritadas e, para quem já tem alguma doença respiratória, é difícil respirar. Essa sequência afeta jundiaienses todos os dias, pois as queimadas no município têm sido diárias. O fogo próximo a rodovias também traz riscos à segurança viária, próximo a residências, traz risco à integridade das pessoas ao redor, em áreas de floresta, destroi a vegetação de preservação e prejudica a fauna, entre outros danos.

O período de maior ocorrência de incêndio em vegetação no estado de São Paulo é justamente entre os meses de junho e outubro, embora as queimadas em Jundiaí tenham volume alto neste ano desde abril. Nesta época do ano, a estiagem propicia a colocação de fogo em vegetação, geralmente para fins de limpeza da área. Mas a situação pode sair do controle e causar danos para além dos sentidos na saúde. Reflexo do fogo, a qualidade do ar em Jundiaí não esteve boa, de acordo com dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Direto
Na terça-feira (23), um incêndio atingiu uma área verde no Jardim do Lago, ao lado de residências. As chamas começaram à tarde e se estenderam para a noite, levando desespero à vizinhança, que temia o alastramento do incêndio até as casas ao redor.

Já na quarta-feira (24), o fogo às margens da Rodovia dos Bandeirantes causou a interdição das três faixas no km 62,5, sentido Interior da via. O incêndio aconteceu à tarde e a contenção das chamas levou cerca de uma hora, envolvendo Corpo de Bombeiros e trabalhadores da concessionária da rodovia.

Também na terça-feira, um incêndio similar aconteceu na Rodovia Edgard Máximo Zambotto, no bairro Vista Alegre, em Campo Limpo Paulista. Dessa vez, porém, o autor do crime foi identificado por Guardas Municipais e, levado à delegacia, foi indiciado por atentado contra a segurança do meio de transporte. Não houve enquadramento por crime ambiental e ele foi liberado para responder pela infração em liberdade.

Clima
Para a próxima semana, é esperada a amenização das queimadas em Jundiaí. Na terça-feira (30), uma frente fria chega à cidade com chuva. A queda de temperaturas e a precipitação devem durar apenas um dia, mas serão um pequeno alívio para o tempo na cidade. Na quinta (31), a temperatura já deve subir e a chance de chover é baixa. Agosto deve começar com o tempo como temos agora, com manhã e noites mais frias e calor durante a tarde.

Crime
O incêndio de vegetação, no entanto, é um crime, principalmente se cometido em área de preservação ambiental. Em Jundiaí, há a Lei 8.858, de 2017, que proíbe queimadas na cidade, seja em florestas ou em vegetação rasteira, inclusive como método de limpeza de terrenos ou para findar materiais de descarte. De acordo com o texto, “considera-se queimada toda a ação ou omissão realizada com o uso do fogo e que tenha como consequência o dano ambiental ou o risco de dano”.
Para quem comete a infração, é prevista multa de R$ 660, cobrada em dobro no caso de reincidência. Se houver outra reincidência em até dois meses, a multa sobe para R$ 2.640. Também é acrescido o valor de R$ 2 para cada metro quadrado queimado, seja em área urbana ou rural. Outra exigência é que o autor do incêndio repare o local afetado pelo fogo. 

Já a Lei Federal 2.661 expressa que a pessoa que, com fogo, polui o meio ambiente e expõe a perigo pessoas, animais ou vegetação, pode ter pena de um a três anos, além de multa. Essa também é a pena para baloeiros, que, de maneira indireta, causam incêndios.