20 de julho de 2024
ENCONTRO

Movimentos sociais pedem mais diálogo a Lula em São Paulo

Por Joelmir Tavares | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Ricardo Stuckert / PR
Lula (PT) se reuniu com representantes de 70 movimentos sociais nesta sexta-feira (19) na capital paulista

O presidente Lula (PT) se reuniu com representantes de 70 movimentos sociais nesta sexta-feira (19) na capital paulista e ouviu apelos por mais diálogo com as organizações, segundo o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT), que participou do encontro e disse que o governo atenderá à demanda.

Lula ficou por cerca de três horas no Armazém do Campo, estabelecimento administrado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), acompanhado de Macêdo e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Laércio Portela (Comunicação Social).

A primeira-dama Janja e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também participaram.

"A gente ouviu as demandas e a avaliação política dos movimentos, e também o governo falou", disse Macêdo.

Haddad, por exemplo, fez uma longa explanação sobre a política econômica e deu argumentos para que os movimentos compreendam a atuação do governo nessa seara, segundo o ministro.

Segundo o titular da Secretaria-Geral, que é responsável pela interlocução do governo com os movimentos, a principal mensagem de Lula foi a de que os movimentos se mantenham firmes na defesa da democracia.

O segmento foi apoiador fiel do petista durante a Operação Lava Jato e teve papel central na eleição de 2022. "E hoje está presente ajudando o nosso presidente a governar o nosso país", assinalou Macêdo.

O encontro, a pedido dessas organizações, foi articulado pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo e contou com movimentos populares e centrais sindicais. O relato dos presentes foi que Lula expressou gratidão ao segmento e se mostrou otimista sobre os rumos do governo e do país.

Segundo João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do MST, os movimentos pleitearam rodadas permanentes de diálogo com ministros para agendas temáticas e um calendário de reuniões periódicas com Lula. A reunião desta sexta foi a primeira do presidente com as duas frentes desde a posse.

"Encontramos um presidente superotimista, que deu todas as indicações dos temas que envolvem economia, as dificuldades internas, a herança que encontrou depois do governo Bolsonaro e as dificuldades de composição e ajustes de agendas importantes no Congresso Nacional", disse.

Macêdo afirmou que o governo analisará o pedido, mas reiterou que o Palácio do Planalto está aberto à participação dos movimentos em diferentes fóruns oficiais. Segundo ele, será buscada uma forma de atender à demanda por maior contato, levando em conta também as possibilidades do governo.

Juvandia Moreira, vice-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ressaltou em entrevista coletiva após o encontro o fato de o presidente ter ido ao encontro para dialogar, algo "impensável no governo anterior", de Jair Bolsonaro (PL), segundo a dirigente sindical.

Lula, que ao chegar ao Armazém do Campo passeou pelo espaço e conheceu produtos vendidos no local provenientes da agricultura familiar e de assentamentos do MST, saiu sem falar com a imprensa.

A reunião, em um auditório no piso superior, foi fechada. Apoiadores se reuniram do lado de fora, na esperança de ver o presidente nem que fosse de longe.