Entre 2020 e 2023, Campinas e Região registraram 4.193 notificações de acidentes de trabalho.
Por Higor Goulart
Especial para a Sampi Campinas
23/04/2024 - Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/PMC
Os acidentes de trabalho em Campinas e Região saltaram de 270 para 2.125 casos em três anos. O recorte leva em consideração os números de 2020 e 2023, divulgados pelo Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), nesta terça-feira, 23.
O Cerest atende as notificações de Campinas e mais oito municípios da RMC. São eles: Americana, Artur Nogueira, Cosmópolis, Hortolândia, Nova Odessa, Paulínia, Sumaré e Valinhos.
Durante o período, o órgão registrou 4.193 notificações de acidentes de trabalho. Os dados revelam ainda que 1,3 mil envolveram exposição à material biológico, enquanto os demais envolvem outros acidentes.
Confira os números por ano:
Além disso, em 2024, os números já superam 2020 e 2021. Desde janeiro, segundo Cerest, Campinas e Região já registraram 537 acidentes, além de três óbitos, sendo dois homens e uma mulher.
Por fim, o órgão divulgou os números por profissões em 2024. O ranking é liderado pelos técnicos de enfermagem, com 32 notificações. Na sequência, vem os auxiliares nos serviços de alimentação, com 18 registros. Confira as profissionais que lideram os acidentes de trabalho:
Parceria
Os números registrados desde 2020 reforçam a importância do Azul Verde, mês de conscientização sobre a saúde e segurança dos trabalhadores. De olho nisso, a Prefeitura de Campinas anunciou uma parceria com o Ministério Público e a Unicamp para desenvolver políticas de atendimento e prevenção aos transtornos mentais e suicídios relacionados ao trabalho.
A parceria começa com um projeto piloto, que envolve profissionais da saúde primária dos centros de saúde Rosália e Vila Padre Anchieta, na região Norte de Campinas, além de serviços de atendimento de urgência e emergência.
De acordo com a Administração Municipal, o objetivo é criar protocolos de atendimento para casos de transtornos mentais e tentativas de suicídio de trabalhadores e ações para melhorar as notificações deste tipo de problema, que não se refletem nas estatísticas de acidentes.
“É importante discutir e propor ações concretas para reduzir os transtornos mentais ligados ao trabalho e, consequentemente, reduzir também o suicídio ligado ao trabalho. É uma ação importante, já que é um desafio imenso. Os transtornos mentais aumentaram muito no pós-pandemia e, relacionados ao trabalho, também aumentaram”, destacou o prefeito Dário Saadi.