A sensação de vitória foi, enfim, de Nelson Hossri (PSD), vereador bolsonarista na Câmara de Campinas. A noite desta segunda-feira debatia no plenário o projeto de Hossri para criar um programa de conscientização sobre os malefícios de letras de músicas com apologia às drogas, ao crime, à sexualização e outros aspectos nas escolas. Para facilitar, o projeto ganhou a alcunha de “programa anti-funk”, afinal mira realmente este gênero musical.
A proposta do vereador implementa a “conscientização” sobre o conteúdo subversivo não apenas na rede de ensino municipal, mas também abrange as unidades estaduais e privadas. Um ponto bem questionável na constitucionalidade, mas o PL teve parecer favorável e foi aprovado pela ampla maioria do legislativo, com apenas a bancada de esquerda contrária.
Destaco a atuação de alguns vereadores que aproveitaram a pauta de moral e costumes. Surpreendentemente, Luiz Cirilo (Sem Partido) subiu a tribuna para defender a proposta “anti-funk” e pontuando os aspectos legais, refutando que o projeto possa ser barrado por irregularidade constitucional. Cirilo é advogado. Em aparte, Zé Carlos (PSB) também defendeu o PL e avançou para o mérito da proposta, concordando com o teor.
Do outro lado, Gustavo Petta (PcdoB) foi o mais incisivo para rebater a proposta do vereador de direita. O parlamentar de esquerda chamou o projeto de “cretino”. O vereador comunista acredita que a receita será a mesma adotada anteriormente: colocar em pauta um projeto inconstitucional, fazer “auê” com o assunto e passada a aprovação colocar o PL no “limbo”, devido a natureza irregular da proposta.
Se isso vai acontecer (bem provável) ou não, Hossri estava em êxtase na noite desta segunda após a votação. Tanto é verdade que resolveu interromper o presidente Luiz Rossini (PV) para agradecer e citar cada vereador que votaram a favor, mesmo que alguns não quisessem a lembrança.
Quem te viu, quem te vê. Há quatros anos, Nelson Hossri sequer conseguia aprovar honrarias já que era ‘persona non grata’ para o governo Jonas Donizette. Sinais dos tempos.
Uma cena inusitada foi assistir ao vereador Nelson Hossri recitar os versos de uma música de MC Pipokinha, cantora e compositora de funk e trap, na tribuna da Câmara de Campinas. A letra declamada pelo parlamentar já vinha com os termos censuradas. Quase não teve palavras pela quantidade de termos chulos, mas ficou a impressão de que o vereador conhece a melodia.
Em informação exclusiva a este colunista em entrevista ao Transamérica Notícias da Radio Transamérica Campinas, o presidente da Câmara, Luiz Rossini, confirmou que vai deixar o Partido Verde e migrar a legenda do prefeito Dário Saadi, o Republicanos.
O namoro com a sigla vinha desde o ano passado e agora o vereador ‘bateu o martelo’ e segue à nova morada para a disputa eleitoral deste ano.
O destino de Rossini foi anunciado um dia depois do prefeito Dário Saadi ter garantido que não vai deixar o Republicanos. Os rumores começaram com as conversas que citavam a intenção do governador Tarcísio de Freitas ir para o PL e um vídeo com Dário extremamente desenvolto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em visita que fez recentemente a Santa Barbara D’Oeste.
O Dário “saidinho” nas imagens alimentou o burburinho nos bastidores. Porém, em entrevista no Rádio Transamérica, nesta segunda-feira, Dário descartou deixar a legenda e segue com o Republicanos.
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, está em Brasília para se reunir com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. A dengue domina a pauta. Serão debatidos recursos extraordinários para cidades que decretaram emergência, critérios de distribuição da vacina contra a doença, fornecimento de insumos e distribuição de vacinas contra varicela e Hepatite A. O encontro foi organizado pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos).
O Partido Novo oficializou o nome de José Afonso Bittencourt como pré-candidato à Prefeitura de Campinas. Zé Afonso é economista formado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC), com cursos de extensão na área de logística, direito e administração. O discurso do candidato é de diminuir o custo da administração municipal. Zé Afonso disse que vai reduzir de 24 secretarias existentes para 14 e defende desestatizar três empresas municipais.
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Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada na Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br