SAÚDE NO INVERNO

Frio eleva casos de infartos e AVCs em Campinas

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação/PMC
Com a queda das temperaturas, Campinas registra aumento de quase 30% nos casos de infartos e AVCs,
Com a queda das temperaturas, Campinas registra aumento de quase 30% nos casos de infartos e AVCs,

A chegada do inverno acende um sinal de alerta para as doenças cardiovasculares em Campinas. Segundo levantamento da Coordenadoria de Informação da Rede Mário Gatti, os atendimentos por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Cerebral (AVC) aumentaram quase 29% nos últimos três meses, justamente no período em que as temperaturas começaram a cair.

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Entre abril e junho de 2025, o número de casos subiu de 352 para 454, o que representa um crescimento de 28,98%. No acumulado do primeiro semestre, a rede municipal de saúde atendeu 2.067 ocorrências relacionadas a infartos e derrames. Os dados abrangem atendimentos realizados nos hospitais Mário Gatti e Ouro Verde, nas quatro UPAs da cidade (São José, Campo Grande, Carlos Lourenço e Anchieta) e também pelo Samu.

O médico Fábio Giovanetti Morano, cardiologista da Rede Mário Gatti, explica que o frio intenso provoca no organismo reações como a vasoconstrição arterial, que é o estreitamento dos vasos sanguíneos para preservar o calor do corpo. Esse processo, no entanto, aumenta a pressão arterial e pode comprometer a circulação para o coração e o cérebro, favorecendo infartos e AVCs.

Além disso, segundo Morano, o frio pode desencadear um estado de hipercoagulabilidade do sangue, o que favorece a formação de trombos e a obstrução de artérias. “Esse quadro, associado à hipertensão, aumenta significativamente o risco de eventos cardiovasculares graves”, afirma.

Outro fator agravante é o aumento de infecções respiratórias no inverno. Elas geram um quadro inflamatório no corpo que pode provocar a ruptura de placas de gordura nas artérias, favorecendo quadros de infarto e AVC.

Os meses mais frios também trazem mudanças nos hábitos de vida, como menor ingestão de líquidos, alimentação mais calórica e redução da prática de atividades físicas — todos elementos que elevam o risco cardiovascular, especialmente entre idosos, hipertensos, diabéticos, fumantes, obesos e pessoas com histórico familiar de doenças do coração.

Para evitar complicações, a Rede Mário Gatti orienta a população a manter o corpo aquecido, hidratar-se mesmo sem sede, manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos em ambientes protegidos do frio. Seguir corretamente os tratamentos médicos e estar atento aos sintomas também são atitudes que podem salvar vidas.

No infarto, os sinais incluem dor súbita no peito, falta de ar e suor frio. Já no AVC, os alertas são alterações na fala, na coordenação e desvio na rima da boca. Em ambos os casos, o atendimento médico imediato é essencial para evitar sequelas e salvar o paciente”, finaliza Morano.

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