O Sindicato dos Postos de Combustíveis de Campinas e Região (Recap) divulgou uma nota de esclarecimento nesta segunda-feira (17) em resposta às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os preços dos combustíveis. Em evento da Petrobras no Rio de Janeiro, Lula afirmou que os intermediários no setor estariam onerando os consumidores, o que foi rebatido pela entidade.

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Segundo o Recap, em nota assinada pelo presidente Emílio Martins, a composição do preço final dos combustíveis envolve múltiplos fatores, incluindo os valores praticados nas refinarias, tributos federais e estaduais, custos logísticos e a adição de biocombustíveis. A entidade destacou que os impostos representam até 35% do valor da gasolina nas bombas, tornando a carga tributária o principal fator de encarecimento.

A nota critica as declarações do presidente, classificando-as como uma “desinformação” que ignora a complexidade da cadeia de abastecimento. O Recap também reforça que os postos operam com margens reduzidas e precisam arcar com altos custos operacionais, como encargos trabalhistas, energia e segurança.

O sindicato defende que o debate sobre a redução dos preços dos combustíveis deve focar na revisão da política tributária e não em acusações que, segundo a entidade, distorcem a realidade e confundem a opinião pública.

"Saber quem xingar"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar os preços dos combustíveis nesta segunda-feira (17), durante um evento sobre fomento à indústria naval e ampliação da frota da Petrobras. Em seu discurso, o petista afirmou que a população precisa estar bem informada sobre os responsáveis pelos valores praticados nas bombas para "saber quem xingar".

“Quando sai o aumento, o povo pensa que é a Petrobras que aumentou e nem sempre é a Petrobras, porque cada estado e cada porto tem liberdade de aumentar a hora que quer”, disse. "É importante informar a população disso, para o povo saber quem xingar na hora que o preço aumenta, para o povo saber quem é o filho da mãe disso”, afirmou Lula.