A Polícia Civil de Campinas revelou, nesta quarta-feira (12), detalhes do esquema milionário de tráfico de maconha gourmet, desarticulado durante a Operação Garimpeiros. A ação resultou na prisão de 23 suspeitos e expôs um modelo de importação da droga por meio de um sistema de "pregão", além de estratégias para dificultar a identificação do entorpecente.

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As investigações indicam que a quadrilha operava com um público específico, composto principalmente por jovens, e utilizava métodos sofisticados para distribuição. A droga, com alto teor de tetrahidrocanabinol (THC), era vendida por valores que chegavam a R$ 30 mil o quilo. Seu consumo era frequentemente disfarçado em cigarros comuns, tornando mais difícil a detecção pelas autoridades.

Como a polícia chegou até a quadrilha

A investigação começou após a prisão de dois suspeitos em Campinas, ainda em 2024, que comercializavam derivados de maconha conhecidos como ICE e DRY, ambos com concentrações elevadas de THC. A sofisticação dos entorpecentes e os altos valores envolvidos chamaram a atenção da polícia, que intensificou as buscas.

Ao aprofundar as apurações, os investigadores descobriram que os dois traficantes presos haviam movimentado mais de R$ 1 milhão em apenas 40 dias, utilizando um esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico. A partir desse indício, os agentes identificaram toda a rede criminosa responsável pela importação e comercialização da maconha gourmet, levando à deflagração da operação.

A megaoperação e o desmonte da quadrilha

A Operação Garimpeiros mobilizou um grande efetivo, com equipes da 2ª Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (DEINTER-2).

A ação também contou com o apoio do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), do Setor Aéreo Tático (SAT) e da Guarda Municipal de Campinas. No total, foram expedidos 35 mandados de busca e prisão temporária em Campinas, Arthur Nogueira, Hortolândia e Sumaré.

Com 230 policiais envolvidos, 75 viaturas da Polícia Civil, 25 veículos da Guarda Municipal e dois cães farejadores do Canil da GM, a operação desmantelou um dos principais esquemas de tráfico da Região Metropolitana de Campinas (RMC).

A polícia segue com os trabalhos para identificar outros envolvidos e aprofundar as investigações sobre a estrutura financeira utilizada pelo grupo para lavar o dinheiro obtido com a venda da droga.