
Funcionários da Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) enviaram uma carta de repúdio à Corregedoria da Câmara Municipal, criticando as declarações do vereador Vini Oliveira (Cidadania) sobre supostas irregularidades no pátio de veículos apreendidos. No documento que foi recebido nesta quinta-feira pelo legislativo, os servidores afirmam que as falas do parlamentar incentivam a população a acreditar em acusações sem provas, colocando em risco a segurança dos trabalhadores do local.
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A carta solicita que a Prefeitura e a Câmara adotem medidas administrativas contra o vereador, alegando que ele pode ter cometido desacato, calúnia, perjúrio e difamação. A carta menciona que o ato pode culminar "na cassação do mandato". O texto reforça que os funcionários trabalham sob condições adversas, muitas vezes lidando com proprietários insatisfeitos que tiveram veículos apreendidos.
O documento assinado por 12 servidores ataca o parlamentar, que, para os funcionários da EMDEC, tem "o claro intuito de se autopromover, ganhar audiência e se manter em evidência, sem qualquer preocupação com as consequências de seus atos para os servidores públicos envolvidos. Além disso, ao editar o vídeo, omitiu deliberadamente a defesa apresentada pela diretora e o coordenador, distorcendo a realidade e desrespeitando a integridade dos profissionais".
A manifestação ocorre pelo vídeo de Vini Oliveira publicado nas redes sociais, expondo condições do pátio da Emdec e questionando a gestão dos veículos apreendidos. Durante a gravação, ele exigiu a documentação dos carros recolhidos nos últimos 30 dias e sugeriu que peças poderiam estar sumindo durante a permanência no local. O material teve ampla repercussão, ultrapassando 339 mil visualizações no Instagram.
A resposta da Emdec veio rapidamente. O presidente da empresa, Vinicius Riverete, gravou um vídeo defendendo a equipe e desmentindo as acusações. Ele explicou que todos os veículos são fotografados e registrados na chegada, garantindo controle sobre o que entra no pátio. Sobre um carro específico citado por Vini, Riverete afirmou que o veículo estava abandonado e foi recolhido dentro dos protocolos estabelecidos. Ele encerrou o vídeo com a frase: "Vamos trabalhar com a verdade".
A resposta do vereador
O Portal Sampi Campinas procurou o vereador Vini Oliveira que nega ter cometido qualquer ilegalidade: “Não cometi nenhuma irregularidade na fiscalização, pelo contrário, fui bem atendido pelos funcionários e não expus nenhum deles pois confio na indoneidade desses funcionários. Não fiz nenhuma acusação em meu vídeo, apenas questionamentos e mostrei o que encontramos naquele momento. Caso tenha me excedido, peço desculpas tanto aos funcionários como o presidente Vinicius Riverete e a instituição, que tem todo meu respeito e consideração. Apenas fiz meu trabalho e não fiz nenhuma acusação sobre a empresa e funcionários.”.
Confronto com o Cremesp
O embate marca mais um episódio de tensão envolvendo o vereador, que recentemente também foi alvo de críticas do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) após fiscalizações em unidades de saúde.