ESTUDO

Molécula do intestino pode ter efeito protetor contra gripe

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 1 min
Reprodução
Tratamento de influenza em camundongos sem IPA (esquerda) e com IPA (direita)
Tratamento de influenza em camundongos sem IPA (esquerda) e com IPA (direita)

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Pasteur de Lille, na França, publicaram um estudo na revista Gut Microbes revelando o potencial de uma molécula produzida naturalmente no intestino na prevenção e tratamento da gripe.

O estudo, coordenado pelo professor Marco Vinolo do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, analisou a queda nos níveis da molécula conhecida como ácido indol-3-propiônico (IPA) durante a infecção pelo vírus Influenza, variante H3N2, em experimentos com camundongos. Os resultados demonstraram que a suplementação dos animais infectados com uma versão sintética do IPA resultou em uma redução significativa na carga viral e na inflamação dos pulmões.

"Esses resultados são promissores e sugerem que o IPA, no futuro, poderá ser usado para ajudar a prevenir ou tratar a infecção pelo vírus influenza, responsável por grandes epidemias. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar esses achados em humanos e para entender melhor como o IPA funciona", esclarece Marco Vinolo.

O estudo, parte do projeto "Análise dos mecanismos moleculares envolvidos na interação de metabólitos da microbiota e células do hospedeiro durante a inflamação", apoiado pela Fapesp, envolveu uma análise integrada de dados de metagenômica, metabolômica e marcadores clínicos da doença.

Vinicius de Rezende Rodovalho, um dos principais autores do estudo, explica: "Analisamos esses dados de forma integrada, construindo uma rede de correlações que mostrou um importante papel para o IPA. A partir disso, novos experimentos foram realizados, nos quais suplementamos os animais com uma versão sintética da molécula, produzida em laboratório, o que diminuiu a carga viral e a inflamação. Isso traz um grande potencial para uma nova terapêutica da gripe".

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