SUPERAÇÃO

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Vítima de assalto, casal de Campinas morou por 3 meses dentro de carro: 'angústia'

Vítima de assalto, casal de Campinas morou por 3 meses dentro de carro: 'angústia'

Após perder ganha pão, marido e mulher ficaram sem recursos para aluguel e comida; momento de crise não foi, no entanto, justificativa para enfraquecimento do amor.

Após perder ganha pão, marido e mulher ficaram sem recursos para aluguel e comida; momento de crise não foi, no entanto, justificativa para enfraquecimento do amor.

Por Luis Eduardo de Sousa | 09/11/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Especial para a Sampi Campinas

Por Luis Eduardo de Sousa
Especial para a Sampi Campinas

09/11/2023 - Tempo de leitura: 3 min

Luis Eduardo de Sousa/Sampi Campinas

Jader e Miriam Martho e o lar que os abrigou nos últimos três meses: um Ford Apollo 1991

Fé, amor e esperança são sentimentos que guiam a vida de Jader Alves Martho, de 60 anos, e Miriam Martins de Almeida Martho, de 53 anos. 

Casados há 25 anos, vivem, atualmente, em um Ford Apolo 1991, estacionado às sombras de uma igreja evangélica e das árvores de um bosque, na Rua Umberto Aveniente, no Parque Via Norte, em Campinas.  



Ao lado do veículo, o casal improvisou uma cozinha de lona, onde preparavam as refeições (Foto: Luis Eduardo de Sousa/Sampi Campinas).

O carro virou uma espécie de moradia provisória e improvisada depois que o casal passou por uma sequência de acontecimentos que o levou a uma crise financeira profunda. Há 8 meses desempregados e vítimas de um assalto que tirou o ganha pão de ambos, Jader e Miriam passaram os últimos 30 meses no veículo, até que a história de vida do casal, que ganhou a cidade nas últimas semanas, despertou a solidariedade de pessoas e empresas que se compadeceram em ajudar (veja mais abaixo)

Agora, eles vão começar uma vida nova, com emprego, casa e a cumplicidade que, ainda no momento de crise, não faltou ao casal.

 Crise  
“Eu tinha um carro relativamente caro e trabalhava com a Uber. Com o dinheiro que ganhava, conseguia pagar o aluguel, as contas e até estava fazendo pequenos investimentos: comprei um trailer para que ela (Miriam) trabalhasse com lanches. Acontece que fui assaltado justamente na semana em que colocaria o carro no seguro, e de lá para cá, a situação foi ladeira abaixo”, conta Jader. 

O carro usado por Jader para obter a renda da casa era um Ford Ka, modelo mais novo, avaliado em aproximadamente R$ 50 mil, e nunca foi encontrado. 

Depois do assalto, ele teve que vender o trailer, outros dois veículos que tinha e até bens pessoais para honrar as dívidas e sobreviver. 


“Chegou uma hora que não tínhamos mais dinheiro para pagar aluguel, entregamos nossa casa – na antiga Rua 14 do Via Norte – e viemos para cá”, relata. 

Jader tem experiência como caminhoneiro, enquanto a esposa sempre trabalhou com limpeza. A vida estável do casal cedeu espaço, ainda que momentaneamente, para um período de resignação, regado por lágrimas, angústia e dor. O que não foi capaz, no entanto, de abalar a solidez do casal. 

“A gente sempre se manteve aqui, um pelo outro. As vezes chorávamos, passávamos por momentos de angústia, mas nunca deixamos isso atingir nosso casamento”, conta Miriam. “Oramos, pedimos a Deus paciência, sabedoria, calma para enfrentar o momento”, complementa Jader. 

Durante o período, passaram ainda por momentos de medo, durante as tempestades que atingiram Campinas nos últimos meses. Ao lado do carro e dos pertences do casal, duas árvores caíram. Uma delas, imediatamente ao lado deles, a dois metros do carro.

No interior do veículo, o homem dormia no banco da frente e cedia a acomodação trazeira, razoavelmente mais confortável, à esposa.  


Mudança  

A história dos dois começou a mudar há uma semana, depois da publicação de uma reportagem no jornal Correio Popular, em Campinas, onde as dificuldades que enfrentaram foram relatadas.

De acordo com o casal, mais de 10 oportunidades de emprego surgiram simultaneamente, além de propostas para caseiro em sítios e doações de alimentos. 

Durante a visita da reportagem da Sampi, Miriam e Jader já preparavam as malas para irem à nova casa, em Sumaré. Eles vão trabalhar em um posto de combustíveis próximo à unidade da Honda no município. Ele, como frentista, e ela, na área em que sempre atuou, a de limpeza. 

Após os dias de amargura, lágrimas e dificuldades, a sorte dos dois começa melhorar. 

Empolgados, o casal, que dormiu nos desconfortáveis bancos do automóvel, arruma as roupas de cama que agora vestirão um digno espaço de sossego.

E, se o período não foi suficiente para destruir o amor que emana da cumplicidade adquirida em duas décadas e meia, esperam, doravante, viver uma nova lua de mel, e uma vida repleta de felicidade. 

Fé, amor e esperança são sentimentos que guiam a vida de Jader Alves Martho, de 60 anos, e Miriam Martins de Almeida Martho, de 53 anos. 

Casados há 25 anos, vivem, atualmente, em um Ford Apolo 1991, estacionado às sombras de uma igreja evangélica e das árvores de um bosque, na Rua Umberto Aveniente, no Parque Via Norte, em Campinas.  



Ao lado do veículo, o casal improvisou uma cozinha de lona, onde preparavam as refeições (Foto: Luis Eduardo de Sousa/Sampi Campinas).

O carro virou uma espécie de moradia provisória e improvisada depois que o casal passou por uma sequência de acontecimentos que o levou a uma crise financeira profunda. Há 8 meses desempregados e vítimas de um assalto que tirou o ganha pão de ambos, Jader e Miriam passaram os últimos 30 meses no veículo, até que a história de vida do casal, que ganhou a cidade nas últimas semanas, despertou a solidariedade de pessoas e empresas que se compadeceram em ajudar (veja mais abaixo)

Agora, eles vão começar uma vida nova, com emprego, casa e a cumplicidade que, ainda no momento de crise, não faltou ao casal.

 Crise  
“Eu tinha um carro relativamente caro e trabalhava com a Uber. Com o dinheiro que ganhava, conseguia pagar o aluguel, as contas e até estava fazendo pequenos investimentos: comprei um trailer para que ela (Miriam) trabalhasse com lanches. Acontece que fui assaltado justamente na semana em que colocaria o carro no seguro, e de lá para cá, a situação foi ladeira abaixo”, conta Jader. 

O carro usado por Jader para obter a renda da casa era um Ford Ka, modelo mais novo, avaliado em aproximadamente R$ 50 mil, e nunca foi encontrado. 

Depois do assalto, ele teve que vender o trailer, outros dois veículos que tinha e até bens pessoais para honrar as dívidas e sobreviver. 


“Chegou uma hora que não tínhamos mais dinheiro para pagar aluguel, entregamos nossa casa – na antiga Rua 14 do Via Norte – e viemos para cá”, relata. 

Jader tem experiência como caminhoneiro, enquanto a esposa sempre trabalhou com limpeza. A vida estável do casal cedeu espaço, ainda que momentaneamente, para um período de resignação, regado por lágrimas, angústia e dor. O que não foi capaz, no entanto, de abalar a solidez do casal. 

“A gente sempre se manteve aqui, um pelo outro. As vezes chorávamos, passávamos por momentos de angústia, mas nunca deixamos isso atingir nosso casamento”, conta Miriam. “Oramos, pedimos a Deus paciência, sabedoria, calma para enfrentar o momento”, complementa Jader. 

Durante o período, passaram ainda por momentos de medo, durante as tempestades que atingiram Campinas nos últimos meses. Ao lado do carro e dos pertences do casal, duas árvores caíram. Uma delas, imediatamente ao lado deles, a dois metros do carro.

No interior do veículo, o homem dormia no banco da frente e cedia a acomodação trazeira, razoavelmente mais confortável, à esposa.  


Mudança  

A história dos dois começou a mudar há uma semana, depois da publicação de uma reportagem no jornal Correio Popular, em Campinas, onde as dificuldades que enfrentaram foram relatadas.

De acordo com o casal, mais de 10 oportunidades de emprego surgiram simultaneamente, além de propostas para caseiro em sítios e doações de alimentos. 

Durante a visita da reportagem da Sampi, Miriam e Jader já preparavam as malas para irem à nova casa, em Sumaré. Eles vão trabalhar em um posto de combustíveis próximo à unidade da Honda no município. Ele, como frentista, e ela, na área em que sempre atuou, a de limpeza. 

Após os dias de amargura, lágrimas e dificuldades, a sorte dos dois começa melhorar. 

Empolgados, o casal, que dormiu nos desconfortáveis bancos do automóvel, arruma as roupas de cama que agora vestirão um digno espaço de sossego.

E, se o período não foi suficiente para destruir o amor que emana da cumplicidade adquirida em duas décadas e meia, esperam, doravante, viver uma nova lua de mel, e uma vida repleta de felicidade. 

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