O número de atendimento de ocorrências da Defesa Civil de Campinas aumentou 145,2% nos dois primeiros meses deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado. O município passou por diversos problemas por conta das fortes chuvas, inclusive com a morte de uma criança de 7 anos após ser atingida por uma árvore.

De acordo com os dados da Defesa Civil, nos dois primeiros meses deste ano foram registradas 1.535 ocorrências - uma média de quase duas por hora. No ano passado, no mesmo período, este número foi de 626.

O pior mês de 2023 foi janeiro. Sexto janeiro mais chuvoso da história, foram 1.226 ocorrências da Defesa Civil, sendo 555 alagamentos de imóveis, 272 quedas de árvores, 114 imóveis em risco, além de queda de pontes, deslizamentos, entre outros.

“A maioria das ocorrências atendidas pela Defesa Civil entre os dias 1º e 31 do mês passado foi por alagamento em moradias que ficam em núcleos residenciais em áreas vulneráveis. Lembrando que esse foi um janeiro atípico, com grande volume de chuva, concentrado em pouco tempo”, detalhou o coordenador regional e diretor do Departamento de Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado.

Já em fevereiro de 2023, o destaque ficou por conta de queda de árvores - foram registradas 108 ocorrêcias. Em 2022, janeiro também registrou uma alta de queda de árvores com 101 casos.

“Se o morador perceber qualquer anormalidade no imóvel, como trinca ou fissura, deve entrar em contato com a Defesa Civil pelo telefone 199”, orienta Furtado. A Defesa Civil também disponibiliza um serviço de alertas via SMS de forma gratuita para os celulares dos cidadãos. Para se cadastrar e acessar este serviço, basta enviar um “SMS” com o CEP da sua região para o número 40199.

Problemas
As chuvas já causaram diversas problemas em Campinas. No dia 24 de janeiro, Isabela Tibúrcio Fermino, de 7 anos, estava estava acompanhada do pai Sérgio Luís Fermino, de 46 anos, e da mãe Gislene Silva Tibúrcio Fermino, de 42 anos, estava na área de churrasqueira, próximo aos pedalinhos, comemorando o aniversário de sua prima quando a árvore caiu. A vítima chegou a receber todos os cuidados no local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

No mesmo mês, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), decretou situação de emergência por conta das chuvas. A ação permitiu a cidade realize obras emergenciais sem a necessidade de realizar licitações. Pontes de grande circulação de pessoas e veículos caíram no Jardim das Bandeiras, Jardim Boa Esperança e na região do Itajai.

O Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) registrou chuva em 19 dos 28 dias de fevereiro. Esta quantidade não era registrada no segundo mês do ano desde 1995.